Boas entradas e bom ano 2008!

Desejo a todos os que lêem o meu blog boas entradas, e um bom ano de 2008. Espero sinceramente que seja um ano de muitos sucessos desportivos para o Benfica. Para os mais íntimos deixo um repto, para que ides treinando:

Juan Luis Guerra

Burbujas de Amor


Tengo un corazón

mutilado de esperanza y de razón.

Tengo un corazón

que madruga donde quiera.


Ese corazón

se desnuda de impaciencia ante tu voz.

Pobre corazón

que no atrapa su cordura.


Quisiera ser un pez

para tocar mi nariz en tu pecera,

y hacer burbujas de amor por donde quiera.

Oh oh oh oh, pasar la noche en vela mojado en ti.

Un pez,

para bordar de corales tu cintura,

y hacer siluetas de amor bajo la luna.

Saciar esta locura mojado en ti.


Canta corazón

con un ancla imprescindible de ilusión.

Sueña corazón

no te nubles de amargura.


Ese corazón

se desnuda de impaciencia ante tu voz.

Pobre corazón

que no atrapa su cordura.


Quisiera ser un pez

para tocar mi nariz en tu pecera,

y hacer burbujas de amor por donde quiera.

Oh oh oh oh, pasar la noche en vela mojado en ti.

Un pez,

para bordar de corales tu cintura,

y hacer siluetas de amor bajo la luna.

Saciar esta locura mojado en ti.


Una noche para hundirnos

hasta el fin.

Cara a cara, beso a beso,

y vivir

por siempre mojado en ti.


Quisiera ser un pez

para tocar mi nariz en tu pecera,

y hacer burbujas de amor por donde quiera.

Oh oh oh oh, pasar la noche en vela mojado en ti.

Un pez,

para bordar de corales tu cintura,

y hacer siluetas de amor bajo la luna.

Saciar esta locura mojado en ti.


Para tocar mi nariz en tu pecera,

y hacer burbujas de amor por donde quiera.

Oh oh oh oh, pasar la noche en vela mojado en ti.

Para bordar de corales tu cintura,

y hacer siluetas de amor bajo la luna.

Saciar esta locura mojado en ti.

Previsões do Mestre Alves

Que melhor maneira de encerrar o ano, que relembrar o ínicio do mesmo, com umas previsões do Mestre Alves. Podia ser o Gabriel Alves das bolas de Cristal, mas apesar do apelido comum, é pura coincidência... ou não:

E porque é Natal...

...e não há muito de football sobre o qual escrever, aqui está a minha prenda de Natal antecipada:

Uma Omer Cayman HF... que canhão! E acrescento um vídeo espectacular, que encontrei no youtube da prática desse desporto fantástico e único que é a caça submarina:

Kaká

E Kaká ganhou a bola de ouro a Cristiano Ronaldo. Como vaticinei, e acho de resto justíssimo. Porque Kaká joga usando o desequilíbrio individual que origina para a equipa, e não usa a equipa para criar o seu desequilíbrio. Porque sem jogar a extremo tira mais cruzamentos, e assistências que Cristiano Ronaldo. Porque resolve nos grandes palcos. Ronaldo é um estupendo jogador, mas ainda não o vi a resolver um jogo realmente grande, uma final, uma eliminatória contra um arqui-rival.

É Natal!

Apercebemo-nos que é Natal quando nos dizem que o Quaresma não vai jogar na Madeira, ou quando o Lipatin nos oferece uma prenda adiantada.

Não tenho escrito muito porque não há muito a escrever, vamo-nos contentando com as abébias que o Porto possa dar, que ameaçam (e apenas isso) que se possa ter relançado o campeonato.

Se é verdade que o Porto é mais forte que o Benfica, também é verdade que o Porto sem Quaresma não é na minha opinião mais forte do que o Benfica. Como o Milan sem Kaká já não seria a equipa extraordinária que é. Porque é assim no football, há os toscos, os apagados, os competentes, os de grande classe e os predestinados que fazem a diferença. Quaresma faz a diferença no Porto, mais que Lucho em 10 jogos em forma. Fazer a diferença é aparecer quando é preciso para desequilibrar. E desequilibrar implica que haja um equilíbrio, uma dificuldade, uma competitividade à priori. Quaresma pode passar alguns jogos apagado, aqueles que o Porto vence facilmente, mas em jogos como o da Madeira, como o de abertura em Braga, Quaresma mostra porque é o melhor jogador da superliga, e o melhor extremo do mundo. Digo-o sem complexos, e com o valor que a imparcialidade de ser Benfiquista me dá. Acrescento ainda, que a equipa que um dia conseguir juntar Quaresma e Drogba na mesma equipa, tem meio caminho andado para ter a melhor equipa do mundo.

Mas ser dependente de Quaresma, nem é grave, se os grandes jogadores existem para fazer a diferença, é apenas normal que a sua falta seja muito sentida. O que é o Milan sem Kaka? O que era o Nápoles campeão Italiano sem Maradona? Que o Benfica possa ter no futuro muitos jogadores dos quais está dependente para se galvanizar, muitos Ruis, muitos Simões!

A novela Léo

Cada vez mais concordo com José Veiga: Luís Filipe Vieira não tem a mínima sensibilidade para o football. Pode ser um grande líder empresarial, mas o centro de todas essas empresas que são hoje o univerço financeiro do Benfica, continua a ser a equipa de football, que é mal gerida.

Sempre disse que o Benfica tem este ano uma equipa com potencial, e quatro jogadores de classe, são eles Luisão, Léo, Petit e Rui Costa. A classe mede-se em toda a dimensão futebolística de um jogador, quer pelas suas capacidades técnica, táctica e física, mas também por questões mentais e de liderança, de importância na força anímica de uma equipa, e no equilíbrio do seu balneário. Qualquer um destes quatro jogadores se evidenciou pelo menos em algumas daquelas que considero serem as capacidades que fazem deles jogadores chave para o Benfica.

Léo é para mim destacadamente o melhor lateral esquerdo a jogar no nosso país, e um dos melhores da Europa. Não me lembro de alguma vez ver um jogador desta qualidade, a jogar pelo Benfica, naquela posição. Léo é um jogador internacional e experiente, e mais importante que isso é um jogador muito querido pela torcida.

Independentemente do desfecho destas pseudo-maratonas negociais, é inconcebível para mim que a renovação de Léo ainda não esteja à muito concluída. A sua possível não continuidade de águia ao peito, é mais um passo atrás na qualidade da nossa estrutura profissional de football. É provavelmente mais um longo período de tempo sem um dono legítimo para o lugar, como Léo tem sido nos últimos anos. A responsabilidade é principalmente do presidente do Benfica Luís Filipe Viera, que em vez de andar a passear na Argentina a gastar dinheiro do clube em contratações que passadas meia-época se revelam falhadas, devia renovar imediatamente com Léo custe o que custar. Digo “principalmente” porque o treinador do Benfica José António Camacho não está isento de culpas, e devia já ter demonstrado ao presidente a importância de Léo na qualidade de jogo do Benfica, e a máxima urgência que é garantir a sua continuidade ao invés de garantir reforços de qualidade duvidosa.

Tenho dito que numa equipa de football não se devem criticar resultados, mas sim as decisões que levam a determinadas consequências. E esta gestão certamente só pode trazer maus resultados. Independentemente do Benfica poder ser campeão, aqui e ali, é provavelmente devido a um conjunto de circunstâncias que não assenta numa política de football competente, mas sim em situações aleatórias e não sistematizadas, aliado ao facto de ser levado ao colo por uma massa associativa que tem uma equipa, e não por uma equipa que tem uma massa associativa. O livro de José Veiga vem portanto em muito boa hora!

Makukula

Acompanhei a segunda parte do jogo Braga – Marítimo. Gosto de seguir estas partidas onde se defrontam as equipas que imediatamente a seguir aos grandes, apresentam um football de qualidade, e até por vezes melhor que eles.

O que me chamou a atenção neste jogo, foi no entanto o segundo amarelo de Makukula. O árbitro Paulo Costa terá expulsado o jogador do Marítimo não pelo que fez ou disse, mas pelo que pensou. Isto porque em todas as repetições do lance, não se vê o possante avançado abrir a boca, nem fazer nada mais que não a prática normal do seu trabalho. É também verdade que pelo que li da primeira parte, Makukula já teria merecido a expulsão antes, no entanto isso não é razão para nada. Muito pelo contrário, se um árbitro decide mal, tem consciência disso, e envereda depois por aquilo que eu chamo “lei da compensação”, então para além de não ser competente, também não é sério.

Quando muito se fala de erros graves dos árbitros Pedro Proença, e Pedro Henriques nos clássicos, erros devido a interpretações erradas dos mesmos, a expulsão de Makukula passa em branco. O árbitro Paulo Costa não interpretou, nem viu mal a jogada, simplesmente porque não havia nada para ver, o árbitro simplesmente imaginou algo, e mostrou o segundo cartão amarelo a Makukula. Um erro grosseiro, bastante mais que qualquer decisão nos clássicos desta época. Será que a nota do árbitro Paulo Costa, também vai ser revista?

Será importante referir que o Marítimo vai agora receber o Sporting, e que Makukula não poderá alinhar. Estas coincidências serão inocentes?

Em relação ao avançado que tem sido chamado a representar a selecção nacional, é um jogador que aprecio, e parece um moço simpático e bom profissional. Gostava até de o ver a jogar no Benfica. Numa altura em que se fala de mais avançados argentinos, que poucas garantias me dão como adepto, preferia que o Presidente do Benfica olha-se mais para o mercado interno.

Alvalade em sobresalto

Os sportinguistas mais atentos devem andar mais descontentes com Soares Franco do que com Queiroz, isto porque apenas o primeiro é suposto defender o Sporting.

As trocas de galhardetes entre o presidente do clube de Alvalade, e Carlos Queiroz constituíram o maior interesse fora das quatro linhas dos últimos tempos. Após declarações normais e inocentes do Assistant Manager do Manchester United, Soares Franco respondeu, levando a discussão para um patamar despropositado. E de seguida Carlos Queiroz ainda decidiu baixar mais o nível, com afirmações que apenas por acaso podem ser relativas a football.

Carlos Queiroz afirmar que Miguel Veloso tinha qualidade para jogar no Manchester United, é a sua opinião técnica, com a qual eu concordo, e não vejo como que possa ferir susceptibilidades, a menos que a equipa da estrutura do Sporting não seja tão “grande” como Soares Franco diz, e esteja na verdade fragilizada, ou mesmo ferida de morte. Parece-me é que Soares Franco já não sabe para onde se virar, e do modo como vão as coisas, estes fogachos mais não são do que fogo de artificio para desviar as atenções dos verdadeiros problemas do Sporting.

Paulo Bento entretanto diz que “tem condições para continuar”, e quando um treinador vem a público ter de defender a sua continuidade, parece-me que já está é de malas aviadas.

Trivela

Mais uma vez o génio individual de Quaresma resolveu uma partida para o FC Porto. Não era uma partida qualquer, mas um clássico (e já não é o primeiro que resolve) que poderia relançar a discussão do campeonato, ou tirar-lhe interesse como veio a acontecer. A vitória é justa, mas o Porto não fez assim tanto mais para justificar a vitória em termos colectivos. Em termos individuais Quaresma pode andar apagado nos jogos em que o Porto ganha calmamente, mas nos momentos decisivos aparece, e resolve.

O Benfica entrou dando ideia que ia dominar o jogo, e dispôs da primeira grande oportunidade de golo, ainda o jogo ia nos 53 segundos, por Nuno Gomes, que tradicionalmente falhou. É exasperante como um jogador consegue ser tão completo em múltiplos aspectos técnicos e tácticos do jogo, e ao mesmo tempo consegue falhar na simplicidade de execução da jogada mais importante no football, que é a jogada de golo. Não tenho dúvidas em afirmar que se a modalidade não tivesse balizas Nuno Gomes era certamente dos melhores avançados do mundo, mas assim...

Após a situação isolada que foi esse primeiro lance, o Porto impôs-se em campo e ganhou pelos flancos e pela coluna central o controle do jogo em toda a primeira parte. Nos extremos o Porto com o irrequieto e irreverente Tarik, e o espectacular génio de Quaresma, ia conseguindo trazer o jogo para os flancos, e o Benfica com Luís Filipe que voltou a estar desajeitado, ia mostrando imensas fragilidades. Mas não foi só Luís Filipe a jogar mal, Rodríguez esteve irreconhecível, não conseguindo fechar o flanco às entradas de Bosingwa, sempre desatento, e nem a atacar conseguiu produzir algo digno de registo. Rodrigéz é um jogador com excelente drible, mas ao encontrar um defesa direito como Bosingwa, que é destacadamente o melhor Português na posição, tem de conseguir encontrar no jogo colectivo maneiras de conseguir participar nos lances ofensivos. Tem de aprender a largar a bola. Ao invés optou sempre pelos lances individuais, que Bosingwa facilmente resolveu, e ainda por cima ainda permitiu ao possante lateral atacar sem oposição, quando se posicionou em terrenos centrais, para desespero de Camacho que constantemente tentava dar-lhe indicações.

Se formos a analisar o miolo, existem semelhanças entre as duas equipas, Paulo Assunção joga como pivô defensivo, sem a cultura de passe de Petit é certo, mas sempre muito eficaz. Há Lucho, que é um organizador, com maior capacidade defensiva que Rui Costa, mas sem a sua classe na distribuição e leitura de jogo. Onde existiu um grande desequilíbrio foi no chamado médio de transição, porque o FC Porto tem um, e o Benfica não (pelo menos em campo). Raul Meireles é um médio, capaz de defender, atacar, passar, transportar a bola e estar sempre disponível para receber a bola e criar espaços. Não é um virtuoso, não se espera dele uma jogada fenomenal que possa desiquilibrar, mas estando sempre disponível para atacar e desmarcar-se, abre linhas e espaços para que jogadores como Quaresma possam brilhar, além disso é um excelente atirador de longa distância. Nem sequer esteve em particular destaque nesta partida, mas por oposição a Katsouranis é uma “loiça” completamente diferente. O Grego é muito bom no desarme, mas a largura do seu jogo é ridiculamente pequena a comparar com a do médio do Porto. Disfarça pelas situações de concretização que cria quando aparece em bolas paradas, e em situações pontuais de ataque, porque tem sentido posicional para aparecer sempre que sai da sua minúscula área de influência. Fora situações particulares em que até consegue marcar golos, e fazer desarmes bonitos para o público, está sempre “fora de jogo”. É comum vermo-lo a apontar para colegas seus, quando se encontra marcado, a tentar mostrar ao portador da bola soluções de passe. Pior do que isso, e isto não deverá ser culpa sua, tacticamente colocou-se em linha com Petit, e acabou por lhe roubar protagonismo de jogo defensivo. Katsouranis faz-me lembrar Paulo Almeida, com melhores argumentos é certo. É um jogador que pode ser útil pela sua polivalência, ou até para ser usado num meio campo mais defensivo para um jogo em que o Benfica jogue contra uma equipa com muita posse de bola, mas quanto a mim não tem lugar neste Benfica. E onde estava Katsouranis no lance do golo de Quaresma, quando devia compensar a subida de Léo?

Na segunda parte, ou Jesualdo Ferreira achou que tinha a vitória assegurada e tirou os seus jogadores mais irrequietos para os poupar para a importante recepção ao Besiktas, ou mais uma vez deu tiros nos pés nas substituições. Quaresma é aquele jogador que quanto a mim tem sempre de jogar, só não deve jogar quando o seu génio já não fizer falta, para ser poupado para outros jogos que ainda não estão ganhos. E Tarik é um jogador de qualidade rápido e irrequieto, que até ali andava a fazer o que queria de Luís Filipe. Diz-se que estavam os dois tocados, não sei se é verdade, mas pareceu-me um risco grande para Jesualdo abdicar dos seus jogadores mais perigosos no ataque. Por fim saiu Raul Meireles, substituição que eu antecipei, mas também não percebi. A verdade é que a mobilidade do Porto na segunda parte foi perdendo gás com as substituições, e a equipa viu-se dependente da capacidade de Lucho e Postiga em reter a bola. O Benfica subiu e podia mesmo ter marcado num lance fortuito. À posteriori funcionou, o Porto ganhou o jogo, e acabou-o dando descanso a algumas pedras importantes que serão titulares na próxima 4ª feira.

Foi uma vitória justa, e inequívoca diga-se, no entanto não me posso abster de comentar a arbitragem de Jorge Sousa. O Benfica não se pode queixar que perdeu por causa do árbitro, mas a arbitragem foi má. O principal prejudicado disto também não foi o Porto, mas o espectáculo e os adeptos que se deslocaram ao estádio para ver o jogo. Um Penalty não assinalado para cada um dos lados, mas o pior foi aquela arbitragem com critérios habilidosos, de beneficiar sempre o defensor, e tentar afastar ao máximo as decisões das áreas e zonas de finalização, apitando tudo o que podia no meio-campo. Os jogadores de ambas as equipas aperceberam-se disto na primeira parte, e começaram a usar da falta para defender. Não se viram amarelos por excesso de faltas, e o jogo teve muito pouco tempo útil. Este seria sempre um jogo sem Penaltys, ali na área valeria tudo, até tirar olhos. A sorte do árbitro foi que os jogadores se portaram muito bem, de outra forma teríamos um rol de casos para analisar durante a semana. Terá sido um frete para Jorge Sousa o golo do Porto, porque ele estava ali a apitar para o empate sem golos.

Convém também lembrar que este árbitro não tem muita experiência em grandes palcos, arbitrou já três jogos do Benfica esta época, que resultaram na derrota no clássico e mais dois empates. E por fim o árbitro Jorge Sousa, é da AF Porto, sendo a primeira vez que me lembro de um árbitro desta AF apitar um clássico do Porto. E ainda que um árbitro do Porto não me mereça pior credibilidade por vir donde vem, este árbitro em particular foi indiciado em duas situações do processo apito dourado, nos jogos Estoril – U. da Madeira, e Marco – Maia.

Benfica ofusca Campeão Europeu

Esta quarta feira o Benfica demonstrou aos adeptos que se não tivesse acordado tão tarde nos jogos da Champions, poderia e tinha condições para voos mais altos na Europa. Agora tem de se contentar com a UEFA, isto se ganhar na Ucrânia.

O Milan entrou forte no jogo, e sem surpresa marcou o primeiro golo. Se as coisas se tivessem mantido assim o Benfica iria certamente perder este jogo. E assim foi durante a primeira metade da primeira parte. Mas Maxi Pereira num lance espectacular empatou o jogo, e embalou o Benfica para uma exibição muito bem conseguida, onde só faltou mais um golo.

Na segunda parte o Benfica encostou o Milan às cordas, tirou espaço e oportunidade para Pirlo pautar o jogo, e empurrou as duas linhas defensivas dos italianos para a frente do guarda-redes. Os Italianos pragmáticos trocaram Seedorf, motor ofensivo, por Odo, um defesa lateral, que veio colocar-se como ala defensivo, tentando bloquear a auto-estrada em que Léo transformou o flanco esquerdo do Benfica. O Milan reconhecia com isto a superioridade do Benfica, e mostrava que se satisfazia com a defesa do resultado, podendo sempre aspirar o contra-ataque à Italiana. E assim foi, o Benfica continuava o assalto ao meio campo do Milan, enquanto ia descobrindo um pouco atrás, como era compreensível. Apesar da superioridade do Benfica, o Milan podia mesmo ter marcado o segundo golo, num dos contra-ataques que o football de ataque descomplexado e ambicioso, permitiu a Káka.

Rui Costa foi um gigante em campo, em dois lances individuais, perfurou completamente a sólida máquina defensiva que é o Milan, numa delas com um túnel soberbo sobre o ex-companheiro de equipa Gattuso. Foi também o regresso de Petit às grandes exibições, e permitiu mesmo a Camacho abdicar de Katsouranis no miolo, recuando-o para junto de Luisão, aquando da saída de David Luiz. O jovem central brasileiro fez uma estupenda exibição, e ou muito me engano, ou brevemente teremos aqui um caso sério a nível Mundial. Diria aliás que a saída de David Luiz, mantendo Luisão e Katsouranis (na minha opinião a exibição menos positiva do onze inicial) em campo, apenas se justifica pelo peso mediático e anímico de Luisão dentro de campo, porque abrindo um pouco mais espaço atrás, com as arrancadas de Káka a velocidade e agressividade sobre a bola de David Luiz seriam o melhor antídoto. Nuno Gomes teve um exibição incaracterística mas muito positiva, irrequieto, ganhou bolas que não costuma ganhar, e foi um quebra-cabeças para toda a defesa do Milan. Pena o excesso de altruísmo na altura de rematar à baliza.

No Benfica até Luís Filipe fez um grande jogo, recuperando, e pondo a bola no chão, para logo de seguida sair a jogar, ou devolver a um colega sempre em condições de relançar o ataque. Foi de resto o melhor jogo de Luís Filipe com a camisola do Benfica, onde até foi aplaudido de pé quando saiu, e espero que seja definitivamente um pontapé nas más exibições, desajustadas com a competência que lhe era reconhecida no Braga.

Para a história fica o resultado, o Milan segue em frente e o Benfica não, mas com um football de qualidade semelhante no jogo contra o Shaktar em casa, e o Benfica provavelmente poderia estar a discutir com justiça o apuramento na Ucrânia na próxima jornada da Champions.

Benfica com golos tardios

Mais uma vez em Coimbra o Benfica fiel à tradição, resolveu o jogo já perto do apito final. Um resultado bastante superior à exibição. As coisas começaram mal com a lesão de Nuno Assis, e Camacho, em minha opinião um pouco desnorteado no banco, fez entrar Cardozo, alterando a disposição táctica após cinco minutos do inicio do jogo. Não me parece a melhor forma de abordar o jogo, trocar o sistema quando um jogador que nem tem sido nuclear se lesiona. Além disso parecia-me óbvio que Cardozo não estava nas melhores condições, e passou grande parte do tempo a mancar (apesar de ainda ter conseguido assistir Adu para o terceiro golo). Havia outros jogadores que poderiam ocupar a posição de Nuno Assis no meio campo. Adu por exemplo não sendo um flanqueador nato (mas Nuno Assis também não o é), permitia a Camacho manter Rui Costa no meio. Ao usar Rui Costa no flanco, Camacho deu-me ideia andar um pouco aos papeis com o modelo de jogo, não tendo a polivalência e versatilidade dos Uruguaios a ajudar.

A Académica até marcou primeiro, mas o Benfica mais em esforço que em superioridade deu a volta ao resultado, e conseguiu o mais importante: os 3 pontos. Nota ainda para alguns apontamentos positivos de Di Maria.

Também o Sporting, depois de sofrer o golo, decidiu alterar o esquema táctico e voltar o modelo tradicional. Parece-me que sofrer um golo madrugador, não é justificação para imediatamente voltar ao enfadonho losango. Miguel Veloso foi jogar para lateral esquerdo, mostrando que joga bem em qualquer posição, mas quer-me parecer que um jogador com a sua categoria, nunca devia sair do meio-campo onde consegue ser muito mais influente na manobra da equipa. Quem sabe se insistindo mais um pouco no modelo com que o Sporting começou o jogo, a equipa de Alvalade não teria conseguido mesmo vencer... A verdade é que Purovic, que entrou para o lugar de Ronny, até marcou um bom golo, mas o Sporting continua a não merecer preocupação, e só por milagre conseguirá ombrear com Benfica e Porto.

Mister Cajuda

Numa nota mais cómica, Manuel Cajuda terá orientado o treino de hoje do Vitória de Guimarães, de cadeira de rodas. Isto porque durante uma sessão de treino, o jogador Moreno terá chocado com o treinador da equipa da cidade berço, enquanto este apitava a peladinha. Um treino "rasgadinho, nos limites" como diria Jesualdo. Porque Cajuda me parece um treinador competente, e parece até ser um porreiro, porque o Vitória joga bem, e merece estar onde está, aqui vai um abraço e desejo de melhoras ao Mister Cajuda.

As declarações de Cristiano Ronaldo

Após o jogo com a Arménia, Cristiano Ronaldo fez algumas declarações, onde mostrava a sua indignação pelos assobios que houve durante o jogo. Cristiano Ronaldo disse nunca ter sido assobiado em Inglaterra. Que os adeptos da Premier League aplaudiam os jogadores quando jogavam bem, e puxavam por eles quando eles jogavam mal. Existem diferenças tradicionais óbvias nas culturas, e obviamente diferenças do nosso football para o football britânico. Ou melhor, existem diferenças do football britânico para o resto da Europa do football, nomeadamente para o football latino da peninsula ibérica. E nem é verdade que Cristiano Ronaldo nunca tenha sido assobiado em Inglaterra...

O jogador Cristiano Ronaldo, precisa de se aperceber que os espectadores Portugueses que assobiaram, são os mesmos que os que levaram a selecção às costas durante o Euro 2004, numa demonstração espectacular de apoio. São os mesmos que sempre mostraram carinho para com o jogador Cristiano Ronaldo. São os espectadores que provavelmente terão pago bilhetes caríssimos, para ir ver o jogo a um estádio que anda o ano todo deserto, na esperança de ver um espectáculo. E defraudados quando o espectáculo é mau tem toda a legitimidade de assobiar e manifestar o seu desagrado. Não é a melhor atitude, nem tão pouco a mais construtiva, visto que jogar com a própria torcida em hostilidade, é das maiores dificuldades segundo a psicologia desportiva, ainda assim é legítimo e compreensível.

Devem sentir-se orgulhosos os jogadores e responsáveis da selecção, por terem elevado a bitola de exigência, e pelos apoiantes da selecção, esperarem deles, o que se espera dos melhores do mundo. Ser o melhor jogador do mundo, é também viver com as constantes pressões e exigências de fazer mais e melhor, ganhar cada vez mais, e nunca parar de surpreender os espectadores. Zidane, Ronaldo e Ronaldinho, viveram e vivem constantemente com a pressão da exigência apenas carregada pelos predestinados. Se são campeões nacionais, espera-se que sejam campeões europeus, se são campeões europeus, espera-se que sejam campeões mundiais. Se são campeões mundiais, que defendam o título, e que sejam melhores ainda do que foram.

Porque Cristiano Ronaldo não percebe isto, e por uma série de outras coisas, antecipo que Cristiano Ronaldo possa até ganhar o prémio de melhor jogador mundial do ano, mas em minha opinião nunca terá a dimensão futebulística de Zidane, Romário ou Ronaldo, nem a de Eusébio. Com alguma sorte existe um outro jogador Português que poderá ter tal dimensão: chama-se Ricardo Quaresma, e até nem tem estado em boa forma.

Já está!

A Selecção Nacional apurou-se para a fase final do Europeu. É apenas normal, afinal se estamos classificados entre as melhores equipas, é porque legitimamente também nós somos uma potencia do football, e é no Europeu que se confrontam os mais fortes, e se decidem os melhores dos melhores da Europa. Não estar presente na fase final seria um rude golpe nas ambições da selecção das quinas, mas no football moderno já não existem facilidades. Que o diga a Inglaterra. E é com pena minha que os Ingleses não se apuraram, um Europeu sem a selecção Inglesa não será tão forte e interessante.

É com humildade que temos de dar alguma razão a Scolari, na sua irritação durante a conferência de imprensa após o jogo contra a Finlândia. Chegamos onde nos competia, mas como a própria palavra diz, derivada da competência que temos tido nos últimos anos. E tal competência não é alheia a Scolari. Apenas a espaços temporais a selecção nacional foi competente no seu historial, e com a era Scolari isso deixou de ser assim.

A selecção Finlandesa obrigada a ganhar manteve o seu estilo dando iniciativa ao adversário, o que demonstra o respeito que tem por Portugal, e que a Selecção Nacional apenas por culpa própria perderia o jogo. Este respeito vem-se conquistando maioritariamente na era Scolari. Os mais pequenos tentam a sua sorte, e os mais fortes defendem o favoritismo, nem que o defendam ao ataque!

É certo que muito podia ter corrido melhor durante o apuramento, mas a força das selecções mais fortes só se demonstra nas fases finais, e é durante a mesma que teremos de estar a cem por cento. Muitas das polémicas decisões de Scolari aquando dos jogos de preparação e de apuramento, são as mesmas que nos permitem durante as fases finais ser um grupo forte e unido.

Scolari tem muitos defeitos, e não é de trato fácil, como aliás nenhum dos grandes treinadores do mundo, nem nenhum dos mais espectaculares intérpretes da modalidade. Os mais fabulosos jogadores de todos os tempos terão sido na sua grande maioria rebeldes à sua maneira. Mas Scolari até tem tido alguma paciência com a crítica Portuguesa. Aquilo que foi classificado como tentativa de agressão na vizinha Espanha, foi classificado domesticamente como uma agressão. Não me lembro de Figo e companhia terem tido tamanha sabotagem doméstica, quando saiamos das fases finais à biqueirada e pontapé!

Benfica 4-1 Braga (Liga 98/99)

Ainda na sequência do espectacular golo de Poborsky, vou disponibilizar o vídeo do resumo da partida em questão, o Benfica – Braga da décima primeira jornada da liga 98/99, que terminou com vitória da equipa Benfiquista por 4-1. O resumo mostra uma série de pormenores que acho curiosos. O dono da baliza na Luz era ainda Michel Preud´Homme, o melhor Guarda-Redes que já vi jogar, e na baliza oposta estava Quim, ainda pelo Braga, que com uma exibição notável, impediu uma hecatombe para a sua equipa. Na ofensiva do Benfica ainda reinava João Pinto, que perde claramente, nesta partida, o duelo individual com Quim, e ao seu lado jogava Nuno Gomes, com um estilo de jogo diferente do actual, mais agressivo e virado para a baliza. Jogava ainda na equipa Benfiquista Paulo Madeira, um jogador muitas vezes subvalorizado na sua contribuição para o Benfica, mas que me deixa muitas saudades. Sem dúvida para recordar:

Campeonato relançado

O Benfica conseguiu este fim de semana relançar as suas hipóteses de lutar pelo título. Conseguiu-o porque goleou o Boavista, mas principalmente porque viu a equipa campeã nacional mostrar tremendas fragilidades mentais. Prevejo que o Porto continuará forte , mas aqueles últimos cinco minutos da partida contra o Amadora foram de bradar aos céus, e ainda estamos para ver se não poderão decidir um título.

O resultado do Benfica foi melhor que a exibição. Até o Boavista ver o seu jogador Zé Kalanga expulso, as coisas não estavam nada fáceis. Depois a equipa embalou, os axadrezados desmoralizaram (mesmo tendo marcado um excelente golo só com dez elementos), e o Benfica teve a sorte do jogo que não tem tido muitas outras vezes, e concretizou as oportunidades de que foi dispondo.

Apesar da goleada, arrisco-me a dizer que a exibição do Benfica esta jornada, não foi melhor que quando empatou com o mesmo Boavista a zero, na época passada. E este golo sofrido, ainda só cumprimos o primeiro terço da Liga, e já é o segundo esta época que resulta de um canto a nosso favor (o outro foi em Milão), e contra-ataque da equipa adversária, desta vez só com dez. É uma situação à atenção de Camacho!

Ainda deu para Bergessio falhar um penalty, o que por si só não é preocupante, visto que até o melhor do mundo pode falhar a conversão do castigo máximo. O que é preocupante é que Bergessio ainda entrou bem a tempo de deixar a sua marca no jogo, numa altura em que o Benfica jogava plantado no último terço de terreno, com espaço, e alguns dos seus jogadores faziam o que queriam da defesa do Boavista, e mal conseguiu tocar na bola. Já o tenho dito, na eventualidade de Camacho querer reduzir o número de jogadores do plantel, terá de começar por Bergessio, claramente não tem categoria para jogar no Benfica.

No Sporting o descalabro que se vinha adivinhando vai tomando forma. Paulo Bento terá acordado, e percebeu que a culpa não tem sido do árbitro, mas sua, dos seus dirigentes responsáveis pelo football, e da falta de classe de muitos dos seus jogadores. Mas Paulo Bento não é o único iludido, toda a estrutura do Sporting e massa adepta, andava convencida que os resultados menos conseguidos, eram da responsabilidade do árbitro. Quem viu o programa Prós e Contras desta semana com alguma imparcialidade vai perceber que os adeptos estão realmente cegos, mesmo os jornalistas com muitos anos disto, de quem se esperaria alguma imparcialidade. Mas irei falar em concreto sobre isso, e sobre a revisão das notas dos árbitros Pedro Proença e Pedro Henriques, numa outra crónica dedicada ao assunto.

O principal problema será agora convencer internamente toda a estrutura que provavelmente mais lhes valia deixar de apontar o dedo ao árbitro, tentando pressionar futuras arbitragens, e começar a exigir mais de alguns dos seus jogadores, ou reformular toda a segunda linha de opções do plantel no mercado de Inverno. O Sporting não nada em dinheiro, e fala-se mais da saída de Miguel Veloso e Liedson do que da entrada de outros craques. É preocupante... para os Sportinguistas!

O interesse do Benfica em Tiago

Tem vindo sendo noticiado nos principais jornais desportivos, o interesse de Benfica no médio português da Juventus, Tiago. Nada me deixaria mais triste que a veracidade destas notícias. Tenho boa memória, e lembro-me como saiu Tiago do Benfica, criando desconforto, e deixando os dirigentes do Benfica sem possibilidade de recusarem os 12M€ que o Chelsea ofereceu.

Luís Filipe Vieira parece apostado em responder a tudo e todos, e fazer dos interesses profissionais do Benfica uma batalha publicitária verbal. Respondeu a Veiga, insurgiu-se contra o capitão Nuno Gomes, quando este oportunamente colocou o dedo na ferida. Só se esqueceu de defender o Benfica quando devia, quando quem nunca nada fez pelo Benfica, chamou lar de terceira idade ao plantel. Em vez disso palmadinhas nas costas. Vai-se incompatibilizando com ex-dirigentes das suas direcções, e agora dizem que está interessado em Tiago. São os interesses do Benfica que Luís Filipe Vieira está a defender?

Do ponto de vista da qualidade como jogador, Tiago é competente mas não é um fora de série. Não é alternativa a Rui Costa como tenho ouvido dizer. E está mesmo longe disso, quer em qualidade quer em características. Com Petit, Bynia, Katsouranis, Rui Costa, Nuno Assis, Romeu Ribeiro e ainda Maxi Pereira, o Benfica tem o miolo bem entregue. O Benfica já nem joga em 4*4*2 Losango, tem jogado só com dois médios no miolo, no máximo, e em poucas situações com três. A contratação de Tiago está longe de prioritária, e na minha opinião não trará nada de novo ao Benfica. O Benfica a precisar de algum jogador em Janeiro é de um extremo-direito.

É preciso relembrar que Tiago mais do que preponderante nas vitórias das equipas por onde tem passado, tem sido reconhecido por ser inconveniente na hora que decide mudar de ares. Foi assim no Benfica, mas também no Chelsea e Lyon. Sempre que pretendia abandonar o clube, Tiago fez declarações inconvenientes de separatismo, que obrigaram os respectivos dirigentes a facilitar a sua saída. Vai-se servindo dos clubes, e não servindo os clubes. E com a chegada do Europeu, esta transferência é mais uma forma de Tiago fazer valer os seus interesses acima de quaisquer outros. Sabendo isto, e não se adivinhando fácil para Tiago conquistar um lugar a titular, preocupa-me que Tiago venha a ser um foco de instabilidade no plantel.

Há jogadores que representaram o Benfica, e que tendo qualidade, não me deixam saudades. Jogadores como Tiago, Manuel Fernandes e Miguel, espero que nunca mais representem o Benfica. A melhor "contratação" do Benfica seria garantir a continuidade de Cristián Rodrígues. Já a renovação de Léo, também ela fundamental, demorou mais do que seria normal, espero sinceramente que Luís Filipe Vieira não ande distraído a contratar ex-funcionários de clubes do Norte, e se esqueça desta "contratação" prioritária!

Golo de Karel Poborsky

É realmente muito triste que o primeiro vídeo de um golo que tenha disponibilizado no blog, seja de um jogador do FC Porto. Como tal aqui vai outro espectacular golo, desta feira de um jogador do Benfica, que muitas alegrias me deu no antigo estádio da Luz. Sem dúvida um dos mais espectaculares jogadores que vi jogar no Benfica. O golo foi obtido na vitória contra o Braga por quatro bolas a uma.

Tarik Sektioui

No FC Porto, as coisas vão correndo tão bem, que na reabilitação de contratações que se pensavam falhadas, se redescobrem génios. As imagens valem mais que as palavras, e temos aqui um caso sério, de um jogador que imagino que ainda vai dar muito que falar:

Benfica afastado da Taça da Liga

O Benfica foi ontem afastado pelo Vitória de Setúbal da Taça da Liga. Um desfecho justo diga-se, mas é com grande pena minha que o Benfica já não será o primeiro vencedor duma competição que nasce este ano. O Benfica jogou mal, como aliás joga sempre que não tem um Rui Costa em forma. O que me leva a reforçar a ideia, que por muito potencial que tenham alguns dos jogadores do Benfica que alinharam no Bonfim, o Benfica sem Rui Costa, Léo e Petit é uma equipa banal.

Concordo com a necessidade de rodar o plantel nesta competição, uma vez que o Benfica estaria ainda em quatro competições, mas uma coisa é dar ritmo e hipótese a jogadores que não tem espaço no onze inicial, mas que se acredita serem competentes, como Nuno Assis, Miguelito e Zoro, ou mesmo jovens com potencial, como Di Maria, Coentrão, Adu e Dabao, outra é fazer alinhar jogadores que são claramente excedentários no plantel, pela falta de qualidade, e que nunca serão alternativas credíveis em jogos “mais a doer”.

Não percebo sinceramente as contratações de Bergessio e Andrés Diáz. Ambos associados às contratações de Cardozo e Di Maria respectivamente. Quase que me faz lembrar aquelas promoções da TVShop, em que se leva um espremedor de sumos, na compra de um aspirador. O Benfica foi buscar jogadores aos pares, uns vieram com rótulos de craques, os outros com rótulos de “+1”.

Manter Bergessio em campo e tirar Adu, foi claramente um tiro no pé de Camacho. Bergessio não tem qualidade para jogar no Benfica, nem tão pouco teria lugar no Setúbal. Em oposição o Americano tem até sido o nosso avançado mais acutilante nos últimos jogos, e no jogo do Bonfim vinha a ser o jogador mais perigoso.

Também não se percebe a utilização de Edcarlos no meio-campo, a menos que tenha sido a maneira mais fácil que Camacho encontrou de gerir a equipa, fazendo descansar Maxi, dando uma hipótese a Zoro, e fazer cumprir os regulamentos da competição.

Em relação aos regulamentos, acho ridículo a imposição de uma equipa composta por cinco jogadores que tenham sido utilizados nos últimos dois jogos. Um plantel é composto por mais do que onze jogadores, e deve caber ao seu treinador a gestão e rotatividade do mesmo em qualquer competição, seja ela qual for. Perdoem-me o exagero, mas é como estabelecer uma regra para o F.C. Porto ser obrigado a usar o Quaresma em todos os jogos do campeonato, em vez de o poupar para a Champions, porque de outra maneira o campeonato perde o interesse de se ver o seu mais espectacular jogador em acção, e já agora também para o Rui Costa e o Liedson. Os clubes têm as suas prioridades e objectivos, e este regulamento apenas mostra que existe o receio que a competição da Taça da Liga seja realmente desinteressante. Competem às estruturas organizadoras das competições, neste caso a Liga de Clubes, trabalharem para a motivação e interesse nas mesmas. Este regulamento mais não é que um atestado de incompetência aos criadores da competição, que são incapazes de promover o seu interesse. Existiam muitas maneiras de o fazer, criando prémios de jogo interessantes com patrocinadores, ou garantir um lugar nas competições europeias para o vencedor.

No Benfica a ideia de Camacho foi poupar os jogadores nucleares que estão sujeitos a maior desgaste esta época, fazer uma equipa mista entre uma segunda linha, e uma primeira linha que esteja mais capaz fisicamente. De qualquer das maneiras a primeira linha do Benfica sem Rui Costa, Petit e Léo, perde a sua alma, logo seria muito mais interessante para mim ver um onze só de segundas linhas do Benfica, talvez assim pudéssemos ter visto neste último jogo Miguel Victor e Romeu Ribeiro.

Inactividade do Blog

Este mês tem sido muito difícil actualizar o blog, devido a ocupações próprias de um estudante. Gostava que o blog fosse mais activo, por isso se alguém estiver interessado em contribuir como colaborador para os textos é favor contactar-me para o meu correio electrónico.

A culpa é do árbitro

Enquanto Paulo Bento vai assobiando para o lado, o FC Porto é campeão à oitava jornada. Digo-o sem problemas como adepto do Benfica. Uma equipa que vence os oito primeiros jogos da Liga, sem desculpas, sem contemporizações, sem ajudas, e com oito pontos de avanço sobre o segundo classificado, tem um registo fortíssimo, que lhe permite encarar o resto do campeonato em gestão. São oito pontos de avanço em oito jornadas, o que quer dizer que o Porto ganha um ponto por jornada ao segundo lugar.

Ainda faltam vinte e dois jogos, mas a verdade é que o nosso campeonato não é dos mais competitivos, o Porto já ganhou em Braga e já ganhou no clássico das Antas ao Sporting, imagino a distância a aumentar e não a diminuir. O treinador do Benfica pede tempo, e o do Sporting queixa-se de influências. Vi o Sporting esta época a ser prejudicado, o penalty sobre Abel foi escandalosamente branqueado, mas também já o vi a ser beneficiado, de forma igualmente grosseira. Quem dispensa críticas aos árbitros é o Porto, também porque não vai precisando deles para ganhar. Ganha com margem suficiente para que os erros da equipa de arbitragem sejam insignificantes para o resultado final. E num grande é assim que deve ser!

Paulo Bento devia antes culpar a falta de ambição dos dirigentes do Sporting. O plantel é muito curto em qualidade. Se por azar o Sporting tem uma vaga de lesões semelhante aquelas que o Benfica tem tido nos últimos cinco anos, ve a pouca qualidade do seu plantel descer para nenhuma.

Quem são afinal os grandes jogadores do Sporting? Polga, Liedson, Moutinho e Miguel Veloso. Ainda há mais meia dúzia de jogadores competentes no plantel, e o resto? As segundas linhas que permitem ao treinador soluções em casos de lesões, de baixa de forma de unidades importantes, de outras abordagens tácticas? O Sporting perdeu Derlei e Pedro Silva, e logo se falou da necessidade de se reforçar. São dois jogadores que nem nucleares são, que faria ao Sporting se perdesse três jogadores nucleares como já tem acontecido ao Benfica.

O derby da Luz foi deprimente, o empate o resultado justo e inevitável, quem ganha com tudo isto é o Porto. Nenhum dos treinadores podia fazer muito mais, mas a haver culpados da falta de soluções, o árbitro não é um deles. Paulo Bento a ser honesto devia-se queixar da falta de jogadores de qualidade para lançar no derby.

O árbitro terá alguma coisa a haver com a qualidade medíocre de Farnerud e Purovic? Ou com o ocaso de jogadores que esperariam os adeptos do Sporting ser de qualidade como Paredes , Gladstone e Celsinho? E se Stojkovic não conseguir provar durante a época ser um guarda-redes à altura da titularidade no Sporting? E um plantel que já de si é curto, mas que se viu completado com soluções de jogadores com potencial, mas ainda sem capacidade para aparecerem a jogar ao mais alto nível num grande? Ninguém dúvida do potencial de Adrien Silva, Paulo Renato ou Bruno Pereirinha, mas o Sporting não pode estar só à espera de aparecer um João Moutinho todas as épocas.

Mas ainda vai sendo a formação a “safar” o Sporting. A venda de Nani e a aquisição de Vukcevic, e Izmailov terão sido as melhores decisões de gestão do Sporting. Mas continua a ser pouco para fazer frente ao Porto.

Enquanto Paulo Bento se continuar a queixar dos árbitros Jesualdo vai começar a lançar as novas caras no onze nos jogos do campeonato. A equipa o Professor já tem feita, e assenta na base do ano passado, fazendo evoluir os seus jogadores mais importantes, e relançando a carreira de jogadores que se julgavam contratações falhadas. Enquanto gere o plantel dá-se ao luxo de apostar agora tudo na Liga dos Campeões, os outros dois candidatos ao título não tem pernas para recuperar os pontos de atraso, e vão lutando como que epicamente pelo segundo lugar.

O carácter de Luisão

Já o tenho dito! Luisão é um dos jogadores de grande classe do Benfica. Não só pelas suas qualidades como jogador, mas principalmente pela sua importância no balneário como jogador de grande carácter. Em termos técnicos Luisão não é um fora de série, e muitas vezes demonstra as suas dificuldades contra avançados rápidos e móveis, que aparecem poucas vezes, mas com espaço. Costumo dizer que o melhor central a jogar em Portugal neste momento é Polga, e como jogador está pelo menos alguns furos acima de Luisão. No entanto Luisão é dos jogadores que mais gosto ver no Benfica. É um lutador, mas acima de tudo é um jogador que entende a grandeza do Benfica, é coerente, age em campo, e fora dele com a mesma ambição.

Luisão recentemente fez declarações públicas onde afirmava que o Benfica tinha de jogar mais e melhor, e dizia que ao Benfica é exigível mais do que aquilo que a equipa andava a produzir em campo. Em primeiro lugar não podia concordar mais, mas as declarações agradam-me principalmente, porque numa altura em que começamos a ouvir outra vez discursos do género “para o ano é que é!”, alguém na estrutura do Benfica tem a coragem de vir dizer publicamente o que é preciso.

Camacho vai dizendo que a equipa só estará a jogar como ele quer lá para Fevereiro, e desta vez o Presidente Luís Filipe Vieira não tem coragem de confrontar o treinador com as suas intervenções despropositadas. Diga-se em abono da verdade, o Benfica de Camacho não joga melhor que o Benfica de Fernando Santos. Mas a Camacho dou legitimidade de pedir mais tempo. Não teve a equipa na pré-época, chegou no inicio da época, e não teve possibilidade de escolher todos os jogadores. Já Luís Filipe Vieira, este projecto é seu desde o inicio, e foi sua responsabilidade a falta de seriedade do planeamento desta época.

Lembro-me com saudade, quando Luisão na temporada de Trapattoni, ter vindo a público defender a equipa, e prometer aos adeptos o título. Apesar das limitações no plantel, era uma equipa unida humilde e ambiciosa.

Provavelmente existem mais acomodados com a situação desportiva actual do Benfica, ainda bem que Luisão dá o exemplo de exigência e rigor e demonstra o que é ser um profissional do Benfica à Benfica.

Timberlindes seguem em frente na taça

Apesar da derrota por 1-0 frente a uma equipa da divisão Allstars, no ultimo jogo de grupos da taça, os Timberlindes conseguiram-se apurar como melhor terceiro classificado. Da actual Liga C1 mais quatro equipas seguiram em frente na taça, o que demonstra a competitivade da nossa divisão!

Santa Lopes na Sic Notícias

Na tentativa de dar ao blog uma maior interactividade, vou tentar incluir fotos e vídeos, quando fizer sentido, sempre que possível. Começamos com um excerto duma entrevista (ou "tentativa de") a Santa Lopes, que vai introduzir a minha próxima crónica, que será sobre Mourinho:

Apesar de toda a notoriedade e mediatismo, conquistados legitimamente por Mourinho, resta-me apenas concordar em absoluto com a reacção de Santana Lopes.

Ingratidão

O Presidente do Benfica comentou na passada semana, declarações proferidas por José Veiga, e ainda incluiu Fernando Santos na sua resposta. Veiga terá dito que ao Benfica exige-se que tenha uma gestão desportiva que lhe permita ser campeão pelo menos três vezes em cada cinco anos, e ainda acrescentou que o principal culpado quando algo não corre bem numa equipa de football, não é o treinador, mas antes o responsável máximo, o Presidente do clube. Depois destas declarações, Luís Filipe Vieira rapidamente tratou de responder, dizendo que Veiga nunca mais trabalhará para o Benfica, chamando-o de ingrato. Falou mesmo no plural (ingratos), referindo-se certamente também a Fernando Santos que num programa televisivo disse que o presidente do Benfica é mestre na gestão empresarial, mas muito fraco na gestão desportiva.

Não sei se o ex-director, e o ex-treinador do Benfica, são ingratos, mas sei que estão cobertos de razão em tudo o que disseram. Senão vejamos – não queremos nós, adeptos, que o Benfica seja campeão pelo menos três vezes em cada cinco anos? O que se pretende acima de tudo, não é um Benfica vitorioso nas competições desportivas? Quando o presidente do Benfica fala ambiciosamente do futuro, de fazer do Benfica um candidato legítimo às Ligas dos Campeões, esse futuro auspicioso não passa por uma afirmação doméstica, e vencer campeonatos? As ambições de Luís Filipe Vieira são de alcançar vitórias empresariais e recordes na venda de Kits, ou de usar a força económica e empresarial que o Benfica vai tendo para catapultar o clube para um patamar de excelência desportiva?

Quem é ingrato é o presidente do Benfica, que se esquece que a única vez que foi campeão foi graças a José Veiga director desportivo, e à sua influência no balneário. E que muito jeito lhe deu ter alguém para mandar à Argentina para ir buscar Cardozo.

E no capitulo da responsabilidade pelos resultados desportivos, com a agravante de não haver um director desportivo, ou vice-presidente para o football, não é da responsabilidade do Presidente a escolha dos profissionais que defendem o Benfica? Não foi Luís Filipe Vieira que apostou em Fernando Santos? Não foi ele mesmo que segurou o treinador contra a vontade de uma considerável parte da massa associativa?

A temporada do Benfica está em risco! O Benfica nos últimos três jogos não obteve uma única exibição positiva. Contra o Milan perdeu, não somando nenhum ponto no seu jogo mais difícil, não hipotecou as hipóteses de se apurar, mas também não adiantou trabalho. O Benfica pontuando em Milão, ganhava pontos que à partida os seus mais directos candidatos ao apuramento no segundo lugar (Shaktar e Celtic) provavelmente não vão ganhar, e forçava o Milan a ter maior necessidade de pontuar ao máximo nos outros quatro jogos contra as outras duas equipas. Empatar em Braga à partida não é um mau resultado, o Benfica de Fernando Santos o ano passado perdeu, mas provavelmente nunca mais o Benfica terá um no Braga um adversário tão frágil como aquele que se apresentou no jogo. Foi óbvia a débil condição física do Braga. Além disso aquele que é quanto a mim o mais forte rival para a corrida ao título foi vencer a Braga. O Benfica demonstrou na partida falta de qualidade, de recursos de jogo, e de atitude. E por final contra o Estrela, para a taça da Liga, o Benfica para passar a eliminatória contou com uma grande penalidade inexistente, assinalada pelo árbitro auxiliar que fez mais pelo Benfica no jogo, que a equipa toda! O Benfica foi obrigado por regras da própria competição a utilizar cinco jogadores dos que tem sido utilizados nos últimos dois jogos oficiais (Di Maria, Maxi Pereira, Cristián Rodríguez, Binya e Nuno Assis ) e ainda contou com os regressos de lesionados que se espera que reconquistem a titularidade (Luisão, Zoro e Nélson). Dos jogadores que jogaram apenas Butt, Miguelito, e Dabao, não têm sido, nem serão imediatamente alternativas no onze titular. Isto tudo para dizer que a equipa do Benfica que jogou na Amadora, sem contar com os lesionados que também não poderão jogar contra o Sporting, não é uma equipa de segundo plano nas opções de Camacho. Apenas sem contar com Quim, Léo, Rui Costa, Nuno Gomes e Cardozo, são aqueles os “ovos” que Camacho vai ter para as próximas “omeletas”.

Quem é o responsável pelas fracas exibições que o Benfica tem registado? É Camacho que já disse que tem muito trabalho pela frente, e só pode ter equipa a funcionar como quer em Fevereiro? É dos jogadores que não tiveram férias, que chegaram tarde ou lesionados, e que tendo potencial enorme, são jovens e volúveis? Ou será que a culpa ainda é de Fernando Santos? Camacho também vai ter dificuldades a dormir devido ao excesso de qualidade no plantel? Quem deixou sair Simão? Quem não segurou Manuel Fernandes? Todos os actos de gestão de Luís Filipe Vieira têm consequencias, e o mesmo não pode esquecer-se disso quando repetidamente aparece na comunicação social a tentar atirar areia para os olhos dos Benfiquistas. A culpa vai morrer solteira para Luís Filipe Vieira, se o mesmo não reconhecer a incompetência que tem demonstrado na gestão desportiva e contratar alguém para o fazer por ele!

Manuel Fernandes veio recentemente numa entrevista falar do Benfica. Entre acusações ao departamento médico, e queixas sobre falta de respeito sobre si mesmo, ele sim se demonstrou ingrato para com o Benfica pela forma como saiu em vésperas dum jogo importante para o clube. Manuel Fernandes diz que Luís Filipe Vieira sabia da sua vontade de abandonar o clube, e ao dizer isto acusa-o da responsabilidade de o ter incluído no plantel contra sua vontade. Mas a Manuel Fernandes deu muito jeito ser do Benfica para se evidenciar na pré-época no torneio Guadiana e conquistar a transferência. Onde está a resposta que neste caso era merecida do Presidente do Benfica ao ex-atleta do clube? Luís Filipe Vieira ficou calado, e assim ficam os adeptos a saber que se sabia da eventual saída do jogador, e que mantê-lo no plantel, incluindo-o como peça importante no esquema de jogo foi mais um erro de gestão desportiva.

O Presidente do Benfica atrapalha-se a ele mesmo, sempre que decide mandar recados pela comunicação social. Desta última vez decidiu propor a candidatura de Rui Costa à presidência do Benfica. O Timing é péssimo mais uma vez! Numa altura em que o Benfica precisa de Rui Costa dentro das quatro linhas, porque é o maestro que tem livrado o Benfica de mais exibições cinzentas, falar do seu futuro quando deixar de jogar é isso sim um sinal de ingratidão. Espero sinceramente que demore muito até que Rui Costa assuma uma pasta executiva no Benfica, porque isso quer apenas dizer que continuará a brilhar nos relvados como o tem feito durante muito mais tempo!

Razão, e não ingratidão, teve Fernando Santos, quando disse que Luís Filipe Vieira revolucionou o Benfica em termos empresariais, e que está hoje nesse aspecto destacado em relação aos principais rivais, mas que em termos desportivos o Presidente precisa de alguém que assuma a pasta do football porque não tem competência para tal. Não foi nada ingrato Fernando Santos, foi até muito educado, porque se a situação não se alterar, os adeptos facilmente se esquecem dos bons resultados empresariais, e com ingratidão rapidamente se viram contra o Presidente, que sem Fernando Santos já não tem mais escudos.

Timberlindes goleiam na liga AllStars (7-0)

Não há muito mais a dizer sobre esta equipa que soma sucessos no mundo do desporto amador. Desta vez eu estava lesionado, mas os Timberlindes golearam por sete a zero a equipa dos Innovation. Deu até para o nosso guarda-redes Francisco marcar um golo. Os outros marcadores foram Bruno Caetano por três vezes (isoladíssimo na lista de melhores marcadores com 10 tentos), João Paulo, Pedro Madaleno, e ainda um auto-golo de um jogador adversário. Estamos no 2º lugar da liga C1, a apenas um ponto do 1º classificado, mas com o melhor ataque (23 golos marcados em 8 jogos), e a melhor defesa (7 golos sofridos). A crónica de quem assistiu ao jogo:

"Esta semana mediram forças as equipas dos Timberlindes e dos Innovation. Foi um jogo bem disputado e agradável de ver mas para a história ficará a goleada dos Timberlindes por 7 x 0.A equipa dos Innovation apresentou-se na sua máxima força determinados a fazer a vida negra a um dos candidatos ao título da Liga C1! Estes, por sua vez, estavam decididos a recuperar a liderança da liga cedida aos Trabalhadores do Comércio! E assim estavam todos os ingredientes para um grande jogo de futebol! Os Innovation entraram bem no jogo dificultando muito a tarefa ao adversário e foi pena que tenham acabado por sofrer o 1º golo num lance caricato em que o redes deixa a bola bater no solo e passar-lhe por cima ao que Bruno Caetano (sempre ele) foi rapidíssimo em confirmar o golo. Até ao descanso o jogo continuou equilibrado e António Magalhães ainda teve um boa oportunidade para igualar. No 2º tempo, quando os Innovation espreitavam um pouco mais o ataque, os Timberlindes entraram decididos a levar a sua causa a bom porto e rapidamente ampliaram o resultado com golos de João Paulo e mais dois de Bruno Caetano. Os Innovation continuaram a procurar o golo mas o espaço deixado para trás era sempre bem aproveitado pelos Timberlindes que tiveram grande eficácia na finalização. No final, o resultado seria de 7 x 0 com um hattrick do inevitável Bruno Caetano, para além de golos de João Paulo, Pedro Madaleno, um auto-golo e ainda um golo de Francisco que está mais habituado à tarefa de imedir que estes aconteçam na baliza da sua equipa. O resultado foi um pouco exagerado para o bom desempenho dos Innovation na 1ª parte mas se conseguirem continuar o bom trabalho na 2ª parte certamente vão obter resultados mais favoráveis. Já os Timberlindes venceram e aproveitaram para encher o saco sendo assim a equipa mais goleadora com 23 golos marcados. O seu artilheiro de serviço, Bruno Caetano, isola-se na lista dos melhores marcadores já com 10 golos apontados!"
in: Crónica no site Allstars

O Benfica contra o Naval e em Milão

Depois de vencer convincentemente o Naval por três bolas a zero, o Benfica foi jogar a Milan, e acabou por perder o jogo por (2-1). Noutro dia qualquer estaria particularmente triste com o resultado, porque entendo que o Benfica tem de entrar em campo para ganhar em todos os jogos, em toda a parte do mundo, mas existem atenuantes: enquanto o Milan se apresentou praticamente na máxima força, o Benfica faz a gestão daquela que é mais uma onda de lesões, que muito afectam principalmente os processos defensivos.

Contra o Naval o Benfica apresentou um bom football, mas teve também a sorte do jogo. Os primeiros dez minutos do Benfica foram fracos, e se o Benfica não tivesse tido aquele remate certeiro do Rodriguez, as coisas não teriam sido tão fáceis. Também nos últimos minutos o Benfica deixou-se dominar, e ai cabe uma palavra de apresso ao Naval, que depois de perceber que ia perder o jogo, se esforçou por praticar bom football, e apenas por azar nítido não conseguiram o tento de honra. As ocasiões de que o Naval dispôs na fase final da partida, podiam ter dado mesmo mais do que um golo. Aliás foi com surpresa que fiquei a saber que o treinador da Naval seria despedido após o jogo. A mentalidade portuguesa bate no fundo, quando um treinador não é apreciado por ter a coragem de vir praticar bom football à Luz, sem excessivas preocupações defensivas. Um treinador que tivesse vindo jogar com dez defesas e perdesse apenas por 1-0 teria sido despedido? Talvez assim se perceba porque é que os estádios das equipas pequenas tenham menos gente que uma sala de cinema.

A partida ficou marcada positivamente pelo espectacular golo de Rui Costa, e o regresso aos golos de Nuno Gomes. Mas o Benfica perdeu também neste jogo uma das pedras nucleares e dos jogadores mais insubstituíveis que tem – Petit!

Contra o Milan sem Petit, o Benfica começou de inicio com 4 jogadores que transitaram do plantel do ano passado apenas: Quim, Léo, Katsouranis, e Rui Costa. E com todas as lesões e chegadas tardias, este resultado até foi digno, considerando que foi mais um jogo de quase pré-época para uma equipa em construção.

A dupla de centrais, Miguel Victor e Edcarlos não tinham até à data jogos juntos, e nenhum deles tem mais de cinco jogos oficiais pelo Benfica. Luis Filipe tarda estabilizar o seu jogo em níveis de qualidade semelhantes aos que tinha em Braga, não fazendo esquecer Nélson. A Maxi Pereira foi dada a difícil e inglória missão de fazer esquecer Petit, com o apoio do inteligente mas limitado Katsouranis. Alem de todas as condicionantes de jogadores, o Benfica foi jogar contra o Milan bem aberto e com a mesma estrutura que tem jogado contra adversários mais fracos. O Benfica era por tudo isto, uma equipa limitada em termos defensivos, e ao contrário do que tenho lido, acredito que evitou um resultado mais dilatado, por competência de Quim, e pela capacidade de fazer circulação de bola em casa daquela que é para mim a equipa mais forte do mundo. Tecnicamente o Benfica esteve bem!

Ao jogar aberto o Benfica conseguiu circular a bola, e se o cabeceamento de Cardozo ao poste tivesse entrado a história do jogo podia ter sido outra. As equipas Italianas defendem bem, e para o Benfica ter conseguido criar perigo relativo, tem de ser dado mérito a Camacho pela atitude conquistadora e destemida que incutiu à equipa. Fico feliz, porque 80% dos jogos do Benfica serão contra equipas consideravelmente mais fracas, e essa atitude será determinante para conseguir vencer, jogar bom football ou mesmo golear, aquelas equipas que jogam fechadas para não sofrer golos. Ainda assim devo dizer que o esquema táctico de Fernando Santos bastante mais defensivo, conseguiu também bons resultados em casa com períodos de bom football, e devo também expressar as minhas dúvidas sobre se o Benfica sofreria aquele golo em contra-ataque em Milão, depois de um canto ofensivo. Mas o Benfica pode mesmo estar no bom caminho. E os tempos tristes em que o Benfica de Koeman jogava com quatro centrais, dois laterais e dois trincos já lá vão. Isto contra uma equipa muito inferior, e a jogar num estádio em que, não sendo a catedral, o Benfica tinha tanto apoio como em casa.

A nível individual a equipa continua com dois estupendos jogadores, Léo e Rui Costa, e aliados às surpresas agradáveis que tem sido para mim os reforços recém chegados, e a excelente forma de Quim, o Benfica reforça em mim esperanças de esta poder não ser mais uma época do “para o ano é que é!” . Também Nuno Gomes voltou aos golos, com o golo em Milan (obtido com interferência de Edcarlos em fora de jogo, é preciso dizer), são já dois jogos seguidos com golos do avançado Portugues. São boas notícias para o Benfica! Nuno Gomes é um jogador inteligentíssimo, que pela sua qualidade de movimento sem bola, tem permitido aos companheiros de ataque gozarem de espaço, mas um avançado quer-se também a resolver com bola, e Nuno Gomes tem estado com falta de confiança na hora de rematar. Com os golos surge a confiança para se inspirar, e também ele poder ter um papel mais importante na equipa.

Lembro-me de dizer entre amigos no café, quando o Benfica contratou Cristián Rodríguez, que não percebia o que um jogador excedentário do plantel do PSG podia trazer de novo ao Benfica. É com felicidade que verifico que estava enganado. Sem ser um poço de técnica o Uruguaio, é rápido, tem bom remate, e troca a bola com qualidade, a que não foi alheia a primorosa assistência para Nuno Gomes contra a Naval. Mas mais importante que tudo isso, é que o extremo, consegue para além de atacar, defender como poucos. Nestes dois últimos jogos do Benfica era incrível como o Cebola conseguia preencher o campo todo, e estar em jogo em todos os momentos do jogo. Camacho deve estar contente por ter um extremo que com a capacidade defensiva que empresta ao jogo, tem permitido jogar apenas com Petit e Rui Costa no miolo, com resultado muito agradável. Um concelho que dou a Luís Filipe Vieira é que devia ser ele também um pouco menos ingrato, falar menos*, e trabalhar mais, para adquirir imediatamente o passe do jogador Uruguaio, que está emprestado pelos seus empresários. Sobre pena de para o ano estar a jogar por um rival, como por exemplo o F.C.Porto habituado a manobras dessas, em mais uma demonstração de derrota perante o seu arqui-rival!

Maxi Pereira não tem os apontamentos ofensivos do compatriota, e é lento, mas ainda assim deixou-me apontamentos interessantes a fazer o lugar de Petit. Já o tenho dito várias vezes, não existe no plantel que transitou do ano passado nenhuma solução para fazer o trabalho de Petit. Com as chegadas de Maxi, Gilles, e Romeu Ribeiro, vamos ver se entre os três surge algum jogador com capacidade para tal. E devo também acrescentar que gostei da forma descomprometida como o médio Camaronês entrou no jogo em Milão.

Cardozo e Di Maria actuaram discretamente contra o Milan. O ponta de lança paraguaio apesar de muito ter corrido (varreu quase 8km segundo estatística da UEFA), ganhou em condição física o que perdeu em ritmo e entrosamento por não ter jogado com a Naval. E Di Maria depois de jogos muito promissores, mostra ter um talento invulgar, mas ainda não se evidenciou em lances produtivos que possam resolver uma partida.

Edcarlos ainda não mostrou ser alternativa credível no centro da defesa, e apesar de ter nascido de um passe disparatado de Miguel Victor , o contra-ataque do segundo golo do Milan (após um canto ofensivo), acho que o defesa formado no Benfica, merecia fazer parte do plantel como alternativa credível a Luisão, David Luiz e Zoro. Com cinco centrais e a hipótese de Katsouranis jogar também nessa posição, fica reduzido o espaço para ambos.

Quem tarda em afirmar-se condizentemente com o seu estatuto de competência adquirido em Braga é Luís Filipe. Apesar da assistência para o monumental golo de Rui Costa contra a Naval espero mais deste jogador. O Benfica não pode ter em campo um jogador a falhar a quantidade de passes que Luís Filipe falha.

O Benfica tem matéria-prima, mas têm também um plantel desequilibrado devido a lesões. O Sporting perdeu de uma assentada Derlei, e Pedro Silva, e logo se falou dos problemas decorrentes dessas lesões, que diminuem as opções de Paulo Bento. Imediatamente os comentadores desportivos se apressaram a prever a necessidade de contratar jogadores para o plantel leonino na reabertura de mercado. E nenhum dos dois jogadores é sequer nuclear no Sporting. O que aconteceria se o Sporting perdesse também Miguel Veloso e Polga? É com essas limitações que o Benfica tem jogado ultimamente.O Plantel não é mau, longe disso, e até diria superior aos outros dois candidatos, mas o Benfica para ser campeão não precisa de um plantel melhor que Sporting e Porto, precisa de um plantel muito melhor. É que as lesões sucedem-se em catadupa, e o Benfica para conseguir competir com os rivais dentro de campo, tem de ter soluções de recurso de igual qualidade aos adversários. O Benfica tem fora de competição Luisão, David Luiz, Zoro, Nélson e Petit, e se tivesse agora um clássico, tinha de ter substitutos para esses jogadores à altura de Polga, Bruno Alves, Bosingwa e Miguel Veloso.

* Em relação às declarações de Luís Filipe Vieira à saída para Milão, vou-me mais tarde pronunciar numa crónica dedicada.

Os atletas Portugueses

A selecção nacional de football claudica mas as ultimas semanas têm sido de bons resultados e promoção do desporto nacional.

A selecção de Rugby continua a treinar para dignificar o país, e já jogaram com a mais forte selecção do mundo, a Nova Zelândia. Também no jogo contra a Escócia, a selecção demonstrou em campo que é possível sair derrotado mas de cabeça erguida, e não foi surpresa que o capitão Vasco Uva tivesse sido eleito o homem do jogo. No Basketball a selecção nacional conseguiu também deixar uma boa imagem depois de eliminados frente à forte equipa grega. Mas é com particular orgulho Benfiquista que falo de Nelson Évora e Vanessa Fernandes, campeões mundiais de triplo salto e triatlo respectivamente.

Na sequência das imagens que correram o país, em que os Lobos cantavam orgulhosa e efusivamente o hino nacional, e depois da chamada à selecção de Pepe, originou-se uma discussão sobre os critérios de que levam a atletas que recentemente obtiveram nacionalidade portuguesa, mas que nascidos noutro país, possam representar a selecção nacional.

Temos de ter bem presente que a obtenção da cidadania portuguesa, obedece a determinados critérios, e por muito que nos custe termos o hino nacional a ser cantado em sotaque brasileiro, estes indivíduos obtiveram a nacionalidade portuguesa obedecendo a esses mesmo critérios. A partir do momento em que têm nacionalidade Portuguesa, a FIFA estabelece que os mesmos podem ser chamados a representar a respectiva selecção, desde que nunca tenham representado uma anterior. A regra faz de resto, para mim, todo o sentido. Não me parece correcto que um atleta ao mudar de nacionalidade pudesse mudar de selecção. Assim sendo e para o caso dos recém nacionalizados, não podem ter menos direitos e deveres como Portugueses do que todos nós. Pensar de outra maneira é admitir estados de espírito sociais semelhantes à xenofobia e racismo, e de marginalização social.

Mais importante que tudo é que o caso Português é particular. Somos um país pequeno, uma estreita faixa de terra da Europa, à beira mar, mas somos também um país de história e de impérios, de colónias, sangue africano e americano. Porque os homens que fizeram história no nosso país expandiram as fronteiras do mesmo além dos oceanos, espalhamos a nossa cultura um pouco por todo o mundo. Existe sangue português um pouco por todo o mundo, e existe também em nós sangue africano e sul-americano. O Português é oficialmente a quinta língua mais falada do mundo, à frente de francês, alemão e japonês nomeadamente. O Português é falado como língua oficial nos seguintes: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e ainda na região administrativa especial de Macau.

Os laços com algumas destas colónias são tão fortes que é comum e usual para quem vai às cidades africanas da lusofonia, ver camisolas e bandeiras dos três grandes. E a rivalidade clubística está representada em cada casa e café, como se de Portugueses se tratassem. Jogadores que são símbolos das nossas selecções como Eusébio, Coluna, mas também Nani, e atletas como Nélson Évora e Francis Obikwelu não foram nascidos em Portugal. Não me parece correcto e tendo em conta a nossa herança história que se possa não perceber o caso especial que os atletas nascidos no mundo da lusofonia representam. E não me parece que o caso de um luso-brasileiro possa ser vítima de preconceito.

Na minha opinião serão sempre bem vindos às selecções, e como atletas a representarem o nosso país todos aqueles que, de nacionalidade portuguesa, vierem por bem, com dignidade e vontade de vencer. Os jogadores luso-africanos, e luso-brasileiros que representam o nosso país, são também uma parte da nossa herança histórica e cultural.

A Selecção compromete

Eu não sou dos mais fervorosos adeptos da selecção. Desde pequeno nunca consegui sentir pela selecção a vibração que sinto pelo Benfica, ainda assim vejo os jogos com prazer, e acredito que somos uma das mais fortes selecções do mundo. Mas com isto quero dizer que consigo ver a selecção sem o facciosismo que sei que tenho em relação ao Benfica.

No momento que a selecção atravessa acho que se deve ter a cabeça fria na hora de criticar. Metade do país critica o árbitro da partida, a outra metade quer a cabeça de Scolari. A palavra “roubo” surge mesmo na capa de um dos principais jornais desportivos, e já se fazem sondagens de opinião sobre a continuidade de Scolari no comando da selecção. Mas se a selecção não conseguiu ganhar nenhum dos dois jogos, na minha opinião foi porque não mereceu, e não devido a um erro, existente é certo, do árbitro da partida. Se por cada erro de arbitragem nas nossas competições, igual ou pior, ao que originou o golo da Sérvia, surgissem nas manchetes dos jornais desportivos portugueses, títulos semelhantes, não havia capas suficientes. O actual treinador Scolari que agora é apupado, é o mesmo que conseguiu ser vice-campeão da Europa e ficar em quarto lugar num Mundial com Portugal. A agressão é lamentável, e não pode ser branqueada, até porque Quaresma não precisa de protecção, precisa que o deixem jogar à bola, mas espero que Scolari sofra da mesma protecção, dos media e dos adeptos, que tiveram os nossos melhores jogadores, incluindo Figo e companhia, quando ainda estávamos na altura em que saiamos de mundiais e europeus à estalada e pontapé.

Scolari errou é certo, mas o treinador que errou, é o mesmo que tem os melhores resultados de sempre como treinador de Portugal. O Scolari deste apuramento, é o mesmo e é indissociável, do Scolari de 2004 em Portugal, e do Scolari de 2006 na Alemanha. Scolari foi um ponto de viragem na selecção, para que episódios tristes e sórdidos deixassem de acontecer, e como tal também ele merece agora o nosso apoio num momento mais infeliz. Hoje o Jornal Record noticia que Pinto da Costa telefonou a Madail, pressionando a demissão de Scolari. É apenas o eco duma altura, em que a selecção não apresentava resultados devido a interesses, porque parece-me que as pressões foram erradicadas, ou são neste momento ignoradas, como sempre deviam ter sido.

Prevejo que a selecção apesar das dificuldades se apurará para o Europeu onde fará uma boa campanha. O que não quer dizer que não lhe sejam feitas as criticas merecidas. Os media têm também responsabilidade na situação, porque ainda não vi um único meio de comunicação, comentador ou jornalista desportivo acertar nas criticas que podem ser feitas a Scolari e à selecção. É que neste momento anda tudo distraído dos principais problemas que a selecção acusou nestes dois jogos.

Portugal não ganhou os jogos por duas razões principais: não defendeu bem, e não foram escalonados para o onze inicial e para as substituições os melhores jogadores. Razões a que não é alheia a responsabilidade do seleccionador é certo. Ainda que os onze jogadores que começaram os jogos, e os suplentes, deviam ser suficientes para Portugal jogar muito melhor. Mas as selecções da Sérvia e Polónia, longe de terem a qualidade da nossa selecção, não são selecções fáceis.

Do melhor quarteto defensivo possível para a nossa selecção, apenas Bosingwa na minha opinião teria lugar. Com Pepe, Ricardo Carvalho, e Jorge Andrade em forma, tão cedo Fernando Meira e Caneira não terão oportunidades, e com Caneira a poder jogar a central e a lateral esquerdo, provavelmente nenhum dos dois fará parte duma comitiva para a fase final. Pior que isso parece-me que os dois não se complementam, e funcionam mal juntos.

Na esquerda é a incerteza total, Miguel e Paulo Ferreira não são laterais esquerdos, nem tão pouco o é Caneira, cumpre mas não satisfaz totalmente. Preocupante é que sabendo que Paulo Ferreira se adapta melhor a lateral esquerdo que Miguel (que também não estava nas melhores condições físicas), Scolari terá preterido Paulo Ferreira, em favor do jogador do Valência para o banco.

O seleccionador devia procurar aqueles que são os melhores defesas esquerdos portugueses, e não aqueles que melhor se adaptam à posição dentro do “Clube Scolari”. Não teria lugar nesta selecção Antunes? Ou será que quando se diz que não há defesas esquerdos, se está apenas a considerar o restrito grupo de apadrinhados de Scolari?

De resto o lado esquerdo constitui um problema que se acumula com o facto de não haver na selecção um esquerdino. Tiago, e Deco não se apresentam na melhor forma no meio campo, e Moutinho já tem estado em muito mais destaque na equipa do Sporting do que está agora. Apenas Petit, Maniche e Raul Meireles estão em condições de aparecer ao melhor nível na selecção, parecia-me a mim que era a altura ideal para ter sido chamado Miguel Veloso, que de resto já jogou a defesa esquerdo, e mais importante que isso, joga com o pé esquerdo!

No lance do segundo golo da Polónia, rapidamente os entendidos se apressaram a responsabilizar Ricardo, que longe ser um grande guarda-redes, não teve tantas culpas quanto Deco que deixou o Polaco rematar sem oposição. Ricardo teve mais responsabilidade na defesa incompleta que deu o primeiro golo, que no lance em que o ressalto do poste o trai. Também não é mentira que um grande guarda-redes não sofre dois golos daqueles num jogo. Mas os tempos de Michel Preud’homme já lá vão... E Quim é pelo menos neste momento melhor que Ricardo, mas não o suficiente que justifique neste momento uma mudança na aposta para a baliza.

Não pressionamos, Deco praticamente não defendeu, e deixou a sua influencia apenas em alguns passes de qualidade no ataque, e os centrais não estiveram bem, logo o empate não é de estranhar. Sofrer três golos em dois jogos, e da maneira como foram sofridos está longe de ser uma boa marca, e evidencia aquilo que para mim é óbvio – a selecção defendeu mal!

Mas além dos problemas defensivos, Scolari e os media têm de ser responsabilizados por começarem a criar uma vaca sagrada na selecção Portuguesa. Cristiano Ronaldo, apesar do golo, jogou de forma inconsequente, mimada, e nada produtiva para a equipa. Começa a ser comum vê-lo apenas a recuar para defender quando é ele a perder a bola em lances individuais inconsequentes, e como a perde muitas vezes, dá a ideia que defende muito. Sempre que tem a bola prefere afunilar em drible, e não aproveita a sua velocidade para ganhar a linha e tentar servir um companheiro. É comparar os centros conseguidos por Cristiano Ronaldo totalista, com os conseguidos por Simão e Quaresma, que não alinharam os 180 minutos.

Alem de Ricardo foi também criticado Nuno Gomes, que está em baixo de forma e numa crise de confiança quando tem a bola, mas que nos espaços, e sem bola continua a ser um jogador inteligente e sempre com intenções de jogar para a equipa e não para ele mesmo. Depois, e entre os dois jogos, só se falava se Portugal devia jogar com Quaresma no lugar de Simão, com os dois em simultâneo para alem de Cristiano Ronaldo, ou ainda se devia jogar também Nani com o trio maravilha. Ninguém punha em causa o lugar de Cristiano Ronaldo, nem tão pouco criticaram a substituição de Simão por Quaresma, quando quem devia ter saído era o jogador do Manchester United. Mas o preocupante é que os media atribuem um lugar cativo na selecção a Cristiano Ronaldo.

Jogar com o trio maravilha no ataque pode ser até uma solução, Cristiano Ronaldo tem características físicas e técnicas que fariam dele um bom avançado, ainda assim, teria de jogar de costas, que já disse que não gosta, e para a equipa, que também não me tem parecido que goste. E jogar com Cristiano Ronaldo, Quaresma, Simão e Nani, é puro folclore, porque não acredito que nenhum treinador do mundo o fizesse, e porque Nani não tem a qualidade dos outros ainda, apesar do potencial para isso. É o populismo a atingir a comunicação social. Nani o ano passado não era fundamental no Sporting, mas com uma transferência milionária e mediática, já o querem a titular na selecção.

Numa coisa tem razão a comunicação social, Quaresma tem lugar no onze inicial. Sou da opinião que Quaresma pelo jogador que é, e pela forma em que está, joga em qualquer equipa do mundo, e uma selecção que tem Quaresma no banco nestas condições tem realmente de ganhar à Polónia e Servia, porque tem a melhor selecção do mundo. Dizia-se à uns anos que Quaresma precisava de jogar mais para a equipa e ser mais eficaz, dando como exemplo Cristiano Ronaldo, preocupa-me que não tenham visto que Quaresma fez mais centros para assistir os seus colegas para golo na época passada que o jogador do Manchester em qualquer época.

Nem Deco nem Cristiano Ronaldo deviam ter iniciado este segundo jogo com a Sérvia, mas Scolari não abdicou de nenhum deles, e como pelos vistos é proibido Cristiano não jogar, Scolari devia então ter prescindido de Deco, pq já que este também não defende, jogaria com Simão e Quaresma nas alas, e Cristiano Ronaldo por trás do ponta de lança. Esta situação da tardia afirmação de Quaresma na selecção faz-me lembrar o tempo que Simão demorou para ter oportunidades, quando era o melhor jogador a jogar no campeonato português, mas que a selecção garantia os lugares cativos a Cristiano Ronaldo, e a Figo quando este decidia estar disponível.

Scolari, a comunicação social, e os adeptos têm de perceber que se a Selecção nacional está hoje onde está, não é porque tem apenas Cristiano Ronaldo, mas também, Simão, Deco, Petit, Maniche, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, e muitos outros, que aparecem agora ou que já deixaram de jogar pela selecção.