Benfica afastado da Taça da Liga

O Benfica foi ontem afastado pelo Vitória de Setúbal da Taça da Liga. Um desfecho justo diga-se, mas é com grande pena minha que o Benfica já não será o primeiro vencedor duma competição que nasce este ano. O Benfica jogou mal, como aliás joga sempre que não tem um Rui Costa em forma. O que me leva a reforçar a ideia, que por muito potencial que tenham alguns dos jogadores do Benfica que alinharam no Bonfim, o Benfica sem Rui Costa, Léo e Petit é uma equipa banal.

Concordo com a necessidade de rodar o plantel nesta competição, uma vez que o Benfica estaria ainda em quatro competições, mas uma coisa é dar ritmo e hipótese a jogadores que não tem espaço no onze inicial, mas que se acredita serem competentes, como Nuno Assis, Miguelito e Zoro, ou mesmo jovens com potencial, como Di Maria, Coentrão, Adu e Dabao, outra é fazer alinhar jogadores que são claramente excedentários no plantel, pela falta de qualidade, e que nunca serão alternativas credíveis em jogos “mais a doer”.

Não percebo sinceramente as contratações de Bergessio e Andrés Diáz. Ambos associados às contratações de Cardozo e Di Maria respectivamente. Quase que me faz lembrar aquelas promoções da TVShop, em que se leva um espremedor de sumos, na compra de um aspirador. O Benfica foi buscar jogadores aos pares, uns vieram com rótulos de craques, os outros com rótulos de “+1”.

Manter Bergessio em campo e tirar Adu, foi claramente um tiro no pé de Camacho. Bergessio não tem qualidade para jogar no Benfica, nem tão pouco teria lugar no Setúbal. Em oposição o Americano tem até sido o nosso avançado mais acutilante nos últimos jogos, e no jogo do Bonfim vinha a ser o jogador mais perigoso.

Também não se percebe a utilização de Edcarlos no meio-campo, a menos que tenha sido a maneira mais fácil que Camacho encontrou de gerir a equipa, fazendo descansar Maxi, dando uma hipótese a Zoro, e fazer cumprir os regulamentos da competição.

Em relação aos regulamentos, acho ridículo a imposição de uma equipa composta por cinco jogadores que tenham sido utilizados nos últimos dois jogos. Um plantel é composto por mais do que onze jogadores, e deve caber ao seu treinador a gestão e rotatividade do mesmo em qualquer competição, seja ela qual for. Perdoem-me o exagero, mas é como estabelecer uma regra para o F.C. Porto ser obrigado a usar o Quaresma em todos os jogos do campeonato, em vez de o poupar para a Champions, porque de outra maneira o campeonato perde o interesse de se ver o seu mais espectacular jogador em acção, e já agora também para o Rui Costa e o Liedson. Os clubes têm as suas prioridades e objectivos, e este regulamento apenas mostra que existe o receio que a competição da Taça da Liga seja realmente desinteressante. Competem às estruturas organizadoras das competições, neste caso a Liga de Clubes, trabalharem para a motivação e interesse nas mesmas. Este regulamento mais não é que um atestado de incompetência aos criadores da competição, que são incapazes de promover o seu interesse. Existiam muitas maneiras de o fazer, criando prémios de jogo interessantes com patrocinadores, ou garantir um lugar nas competições europeias para o vencedor.

No Benfica a ideia de Camacho foi poupar os jogadores nucleares que estão sujeitos a maior desgaste esta época, fazer uma equipa mista entre uma segunda linha, e uma primeira linha que esteja mais capaz fisicamente. De qualquer das maneiras a primeira linha do Benfica sem Rui Costa, Petit e Léo, perde a sua alma, logo seria muito mais interessante para mim ver um onze só de segundas linhas do Benfica, talvez assim pudéssemos ter visto neste último jogo Miguel Victor e Romeu Ribeiro.

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