Balboa

Balboa já é jogador do Benfica. Assim sendo está resolvido o problema que era a maior lacuna do plantel do Benfica, a posição de extremo direito. O Benfica consegue assim um jogador para o lado direito carenciado, com metade do investimento que seria preciso para manter Rodríguez. Não sendo um craque inequívoco, vi Balboa em alguns jogos. Pareceu-me ter características de típico jogador de linha, que faz da velocidade a sua maior arma. Pelos 4M€ parece-me uma excelente aposta. Contratação aprovada.

Que grande cebolada

Rodríguez trocou o Benfica pelo Porto. Do ponto de vista profissional, fez o médio uruguaio uma excelente opção.Tivesse ficado no Benfica seria, dizem, o mais bem pago do plantel, até acima dos ordenados que Simão e Miccoli auferiam na Luz, mas o Porto ofereceu supostamente consideravelmente mais que isso. É um passo em frente para a carteira do Uruguaio.

Já tenho dito que para se ser desportivamente grande, tem que se ter um orçamento grande, e apenas com um investimento ponderado mas forte, se conseguem cativar bons jogadores. No entanto por comparação a Simão, não tenho dúvidas que o Benfica terá feito um bom negócio em o deixar escapar para o Porto. Não vou recuar na minha opinião de que o médio Uruguaio é um excelente jogador, mas não é Simão Sabrosa, nem Fabrizio Miccoli. O Benfica pode agora canalizar estas verbas, para um bom extremo direito. Com Di María, Coentrão e provavelmente Jorge Ribeiro, a ala esquerda está muito bem entregue.

Se no patamar profissional, tem legitimidade o Porto de contratar um jogador desempregado, e tem legitimidade o jogador de se transferir para onde bem entender, do ponto de vista moral, o jogador mas principalmente o Presidente do Porto, deixam muito a desejar.

Começando pelo jogador, primeiro ofereceu-se ao Porto quando ainda estava em África a representar o Benfica. Depois quando a Champions teve em risco, disse que em Portugal apenas jogava no Benfica. E agora por fim com a Champions garantida voltou atrás na vontade que demonstrou aos responsáveis Benfiquistas, e assinou pelo Porto. Acho que o jogador, como profissional que é, deve sempre procurar o melhor para si, mas não tem necessidade por isso de hipotecar a sua palavra. Ficam já avisados os responsáveis do Porto, sobre como se comporta Rodríguez nestas situações. O Porto ganha assim, não um jogador à Porto, como Moutinho, mas um jogador “à Paulo Assunção” que dará sempre prioridade aos interesses monetários. Daqui a uns tempos terão outro utilizador da “Lei Webster”?

Por falar em palavra, lembro-me muito bem de uma entrevista de Pinto da Costa, onde disse categoricamente (ou pelos vistos sem categoria), que o jogador Uruguaio não iria ser jogador do Porto. Para mim, adepto do Benfica, é-me indiferente, ainda que sintomática, a falta de palavra do Presidente do Porto, mas mais uma vez os adeptos do Porto ficam inertes. Eu pergunto-me se Miguel Sousa Tavares vai a partir deste momento, atestar contra a idoneidade da palavra de Pinto da Costa, como fez com Carolina Salgado. E isto é válido para todos os adeptos do Porto. Ter palavra não é uma questão de oportunidade, mas de carácter. Aliás, não sei até que ponto em tribunal, não foi posta em causa a veracidade do testemunho de Carolina Salgado, ficando assim ao critério dos procuradores, de igual forma relativizarem a palavra de Pinto da Costa, quando supostamente se disser inocente.

Fomos de Cangalho

Fomos eliminados pela Alemanha num grande jogo de football. Eu diria que Portugal jogou melhor, e que foi um jogo resolvido nos pormenores, uma vez que no geral, Portugal atacou mais e melhor que a Alemanha. Para a história vão ficar obviamente os pormenores, mas a exibição colectiva foi de qualidade. O espectador desinteressado, que não fosse torcedor de nenhuma das duas equipas, provavelmente ficou muito agradado. Era uma equipa a marcar, e a outra a fazer tudo para ir atrás do prejuízo com bom football de ataque. Imagino que esses espectadores emocionalmente imparciais, estivessem todos a torcer por Portugal, por ter sido a equipa menos cínica e com mais alma. É o que pelo menos me acontece, quando vejo uma selecção com menos currículo a bater-se contra um colosso, de peito aberto e com espírito de conquista.

Não tenho tido tempo para comentar mais jogos, e não comentei a última jornada da fase de grupos de Europeu, devido a compromissos diversos, no entanto a principal conclusão que tirei do jogo com a Suiça, foi que a segunda linha de jogadores Portugueses, estava ainda muito distante da primeira. Para quem ainda tinha dúvidas, ficou-se a perceber porque Bosingwa, Petit, Deco, e Nuno Gomes eram titulares. Jogadores como Bruno Alves, Miguel, Veloso, e Meira, mostraram que não podiam ser mais que segundas linhas neste Europeu.

Portugal lançou-se para o jogo contra os Alemães com o melhor onze, e é assim que jogam as grandes equipas, sempre com os melhores, e sem compromissos que permitam encaixar no adversário, mas que alteram os fundamentos e princípios de jogo duma grande equipa. A verdade é que se tirássemos os três golos dos Alemães do resumo do jogo, a ideia que ficaria é que Portugal foi de longe a melhor equipa. Mas é assim o football, nem sempre o melhor ganha. Se num campeonato de regularidade, os tropeções são compensados, e geralmente a melhor equipa é a que vence, numa competição a eliminar com toda a emoção que tem, é muito fácil que uma equipa mais forte, possa ser eliminada prematuramente. Ninguém deve por isso ficar envergonhado do que Portugal fez, as bases estão lançadas para o futuro, e imagino que a geração de ouro não terá fim.

E o que dizer da exibição de Deco? Que portento de football. Provavelmente conquistou a transferência, para o clube que ele escolher. Pepe foi até agora o melhor central do Europeu.

Os treinadores de bancada, vão agora dissecar o jogo, e procurar razões para a derrota. Vão enumerar erros, e vão utilizar clichés. Parece-me que ainda não perceberam o jogo de football. É um jogo, e não uma ciência exacta. Por vezes não existe nenhuma explicação óbvia e singular para uma derrota (ou uma vitória), é apenas um resultado da imprevisibilidade do caos, e do indeterminismo. Já vi por aí elogios, à superior colocação do meio campo Germânico, quando o que vi, foram os Alemães a serem trucidados por Petit, Meireles, e sobretudo Deco no miolo.

Houve um erro individual de Paulo Ferreira no primeiro golo, ouve erros no segundo golo, na marcação a Klose e na saída de Ricardo, e ainda um empurrão que passou em claro ao árbitro no último golo da Alemanha. Tudo isto são erros que acontecem às dezenas nos jogos, e que muitas vezes passam sem serem analisados tão-somente, porque não resultam em golo. Paulo Ferreira podia ter-se deixado antecipar em inúmeras jogadas, e Ricardo podia ter saído mal em diversos cruzamentos, foram-no em jogadas de golo. É assim o football. A Alemanha é um justo vencedor, mas não mostrou ser melhor. Em equivalência aos lances de golo dos Alemães, Moutinho e Pepe tiveram duas ocasiões, onde os erros defensivos da equipa Germânica não deram golo por manifesta sorte. Não faz sentido por isso culpar Ricardo agora que Portugal foi eliminado. Ricardo sempre foi bastante hostilizado pela crítica, e respondeu sempre nas fases finais, com exibições positivas. Este Europeu menos positivo do guarda-redes vai agora servir para enaltecer o orgulho intelectual de muitos críticos de “bidé”. Se Ricardo tivesse feito um excelente Europeu, essas mesmas pessoas teriam a cruel esperança que numa outra fase final, Ricardo vacilasse e lhes desse algum orgulho intelectual. Não devia ser assim!

À posteriori será muito fácil criticar Scolari, depois do anúncio da ida para o Chelsea, da discussão da altura média, e dos erros individuais de Paulo Ferreira e Ricardo. Mas foi Scolari que nos colocou na rota de títulos, e principalmente, acabou com os regabofes que eram até aí as nossas selecções. Scolari acabou com os blocos internos, e aumentou de tal forma as expectativas, que achávamos todos que íamos ser campeões Europeus. Mesmo assim imagino que vão chover críticas destrutivas, ao trabalho de Scolari na selecção. Andavam todos esses pseudo entendidos à espera duma fase final abaixo das expectativas para poderem criticar Scolari pelos resultados. Até aqui tem criticado muito, e depois tem-se remetido ao silêncio, Scolari respondia sempre com resultados positivos inequívocos. Ainda assim alguns tiveram coragem de os relativizar. Aqui sou sincero, nunca vibrei especialmente com a selecção, mas talvez por isso, até tenho alguma imparcialidade e distância, para ter a cabeça fria, para poder avaliar o trabalho de Scolari. É com certezas que digo que foi o melhor seleccionador que vi a treinar Portugal. Só me compete dizer uma coisa:

- Obrigado Felipão!

Cowboyadas, Regabofs, e Salsifrés. Tudo isto só cá no burgo!

Independentemente do resultado dos recursos, para aqui e para ali, uma coisa já se pode concluir: a má imagem que o nosso football está a dar na UEFA. Apenas por manifesta falta de credibilidade na FPF, é que a UEFA preferiu remeter tudo novamente para a primeira instância, onde o Benfica e o Guimarães, iriam poder ser parte assistente neste processo, e apenas por descrédito no nosso football e justiça desportiva, a UEFA anulou a suspensão ao F.C.P, com medo que mais tarde tivesse de ressarcir o Porto de uma eventual pena, se de futuro o seu Presidente fosse ilibado.

Para mim, é óbvio que a UEFA não acredita na FPF e aos seus representantes, e tem medo que algo possa ser branqueado, se outras partes com interesses opostos não forem ouvidas. Na comunicação social, já podemos ver diversos excertos dos diálogos dos juízes com João Leal. Entre eles a pergunta sobre os regulamentos, se em Portugal a tentativa de corrupção não dá descida de divisão. Uma pergunta venenosa e claro indicio da desconfiança da UEFA em relação ao regabof que vai cá no burgo.

O Benfica faz a figura do “queixinhas”, porque a UEFA não confia no que a FPF tem para mostrar e dizer, ou neste caso, não mostrar e não dizer. Como é óbvio os interesses do Benfica, podem ser mais do que a simples credibilidade desportiva, ganhando assim acesso na secretaria a uma prova onde não demonstrou competências para participar em campo. É feio que o Benfica se tivesse tentado aproveitar desta situação e garantir assim acesso à Champions, numa das mais penosas épocas do seu historial? Claro que sim! Mas a UEFA passou um atestado de não credibilidade à FPF, e ao nosso football em geral, e preferia que alguém com interesses completamente opostos, apresentasse provas, que de outra forma perceberam que não seriam apresentadas.

Não ficava contente se o Benfica ganha-se acesso à Champions pela secretaria, mas pelo menos mostraria, que alguém, entre UEFA, CD e CJ, tinha punido o Porto, porque era inaceitável para alguém que se recebessem árbitros em casa, em véspera de jogo, ou que se pagasse fruta, café com leite e chocolatinhos a árbitros. Pelos vistos isto é tudo aceitável! Não me choca que o seja na FPF, logo à partida um órgão presidido por Gilberto Madaíl, deve ser tudo menos exemplo de competência, seriedade e transparência. Não me choca a UEFA, que perante as indecisões da FPF, não pode arriscar a penalizar o Porto, se à posteriori o clube for ilibado. No lugar da UEFA tinha feito o mesmo. Choca-me é a reacção dos adeptos do Porto. “Foi reposta a verdade”. Afinal de que verdade estão a falar? Da verdade do Porto ter sido a melhor equipa este ano? Ou da verdade que se recebem árbitros em casa em vésperas de jogo, e que se ofereceram prostitutas a árbitros? Estes factos pelos vistos em nada incomodam os adeptos do Porto. Já não é uma questão de inocência, é uma questão de tudo isto ser aceitável.

Eu pergunto-me se não há um só adepto do Porto, que repudie estes comportamentos. Esqueçamos as punições, os pontos, as descidas de divisão, as suspensões na UEFA. Nenhum adepto fica envergonhado pelos actos do Presidente de uma instituição que nos merece respeito, como é o caso do F.C. Porto?

A corrupção é para todos os efeitos um fenómeno que associo às pessoas e não às instituições. Instituições que são maiores que os seus órgãos sociais. O Porto é mais que apenas e só Pinto da Costa. Onde está a verdadeira defesa ao Porto? Onde estão os adeptos do Porto que repudiam as acções do seu Presidente que apenas denegriram a imagem do F.C. Porto? Será que o Porto começa e acaba em Pinto da Costa?

Onde está o Miguel Sousa Tavares? A acusar o Benfica de ser “queixinhas”. Será que é isso que serve os superiores interesses do seu suposto clube? Até agora só vejo adeptos a servirem os interesses do seu Presidente, para o bem e para o mal.

Não que os factos provados tenham sido a única situação passível de crítica. Quem safou os dirigentes do Porto, pelo menos adiou a hecatombe que ainda é bem possível que aconteça, foram os órgãos da FPF, que decidiram fazer o trabalho que o gabinete jurídico do Porto não fez, e associar dois recursos num único. Só um conjunto muito particular de adeptos iludidos, e que já terão perdido todo e qualquer sentido de democracia no seu clube, acredita que a decisão de não recorrer do castigo imposto ao Futebol Clube do Porto, foi premeditada, tendo consciência dos requisitos de participação nas provas da UEFA. Nem Miguel Sousa Tavares acreditou nisso. O clube que tem sido sempre exemplo de organização em Portugal, teve de demonstrar a sua competência a nível jurídico, e apenas não falhou porque a FPF foi célere em dar uma abébia.

As comparações com o calciocaos ficam mesmo por aqui. Por Itália os órgão que visam o regulamento interno, deram uma resposta cabal para toda a Europa, de capacidade de auto-regulação. Por cá os órgãos (ir)responsáveis tentam escamotear, e branquear o que se passou, julgou, e decidiu. Já todos sabíamos que o nosso football estava poluído, agora ficou a UEFA a saber das cowboyadas que acontecem cá no Burgo. Em minha opinião, a única maneira disto ir ao sítio, depois desta demonstração de completo regabof, era a UEFA suspender todas as equipas portuguesas na UEFA, e a selecção também. A selecção nacional tem servido de escapatória e distracção devido à competência de Scolari. Quanto tirassem os passeios ao Presidente da FPF é que ele percebia que era com ele.

Estão a dormir os adeptos do Porto, e estão também a dormir as mais altas patentes do desporto nacional. Onde estão Laurentino Dias e Gilberto Madaíl? Quem senão eles deveriam ser os protectores do desporto e football nacional? É uma demissão de interesse! Mais uma vez tinha razão Dias da Cunha, o nosso football não se consegue auto-regular, e precisa de intervenção urgente.

2ª jornada de Europeu

Completou-se mais uma jornada de Europeu, e sem contar com a derrota da Alemanha, o Euro continuou a seguir o rumo que tinha começado na primeira jornada. Portugal, Holanda e Espanha mantêm-se como as mais fortes equipas de cada grupo, e a Croácia também já conseguiu os seis pontos.

A selecção das quinas mais uma vez fez um grande jogo, e ganhou por números inequívocos a uma excelente selecção com um historial de bons percursos em fases finais. Têm Portugal no entanto de continuar a entrar em campo como tem feito até aqui, porque a República Checa pode muito bem voltar a defrontar-nos na meia-final.

A Selecção joga tão bem colectivamente, que os melhores jogadores desta partida, até nem foram os mesmos do primeiro jogo. Para mim as grandes exibições neste jogo, foram Deco e Cristiano Ronaldo. Todos os outros mantiveram os elevados patamares de qualidade colectiva, mas estes dois internacionais sobressaíram. É positivo que Portugal, tenha sempre novos jogadores a evidenciarem-se, mostra que estão todos muito bem, e que a nossa selecção é nivelada por cima.

A Holanda continua a mostrar credenciais de alto nível, e atenção à Roménia, que longe de estar apurada, pode até no limite passar a fase de grupos, com uma derrota no último jogo. A Roménia impressiona-me pela qualidade com que os seus jogadores trocam a bola. Todos os seus jogadores, sejam defesas, médios ou avançados, tentam sempre por a bola no chão, e jogar um football apoiado. Visto não serem uma selecção de primeiro plano da Europa, cujos jogadores tenham os passes inflacionados, não me importava que o Benfica apostasse nalgum jogador de meio campo da Roménia. A Espanha continuou também as boas exibições. E a França continua a ser a maior decepção.

O onze da jornada é Cech; Grosso, Panucci, Rat, Goian; Chivu, Sneijder, Deco; Ronaldo, Robben, Ibrahimovic.

Scolari no Chelsea

Scolari será o treinador do Chelsea na próxima temporada. O anúncio foi feito logo após o segundo jogo de Portugal no Euro, que marcou também a passagem da selecção à fase seguinte. Que não se enganem os Portugueses, é acima de tudo o final de um ciclo de muito sucesso para a selecção nacional. Um ciclo de identificação da Selecção com o País, os emigrantes, as famílias, as mulheres, e muito mais. Por tudo isto sou um admirador dos resultados de Scolari, desportivos e anímicos, numa selecção que viveu muitas decepções e motivos de vergonha antes de Scolari vir dirigir a equipa.

Scolari terá até sido a bóia de salvação do Presidente da FPF. Dentro da sua incompetência, Gilberto Madaíl que dirige o mais importante órgão de football em Portugal, a FPF, terá tido esta escolha, cirúrgica e determinante, que lhe permitiu ficar agarrado ao poder, sem que o pareça querer exercer, por mais algum tempo.

Muito se tem falado do anúncio desta mudança de Scolari a meio do Euro. Esta notícia desagradou até muita gente em Portugal. A mim não me causa transtorno que o seleccionador nacional, que acaba contrato no final do Euro, procure resolver o seu futuro. É um profissional e tem todo o direito de procurar o melhor para a sua vida. Não concordo portanto com quem diz que Scolari devia ter esperado até ao final do Euro para decidir o seu futuro. Certamente nessa altura já não teria a possibilidade de treinar o Chelsea. E todos nós sabemos que apesar de muito bem pagos, os treinadores têm no football de elite uma desvantagem em relação aos jogadores, que é ser, até injustamente, o elo mais fraco das estruturas. Um treinador que tenha emprego hoje, pode muito provavelmente amanhã não ter.

Também não concordo com algumas perseguições às escolhas de Scolari. Um pouco por toda a blogosfera, querem associar as escolhas de Scolari, à sua nova equipa, o Chelsea. Já tenho lido muito disparate! Li que Bosingwa está em péssimas condições, e apenas é titular porque vai para o Chelsea. Que Deco apenas jogou e foi convocado porque vai rescindir com o Barcelona, para se juntar a Scolari na equipa Inglesa. E que Paulo Ferreira é titular, porque é... do Chelsea. No meio de tudo isto ainda acrescentam que Moutinho é titular porque é representado pelo mesmo “empresário” que colocou Scolari no Chelsea. Além desses o Petit não devia lá estar, nem o Nuno Gomes, nem...

Deve haver muito Português triste, ou com o seu orgulho intelectual ferido de morte (ou não infelizmente), por Portugal estar a jogar tão bem, incluindo todos os jogadores acima referidos... Todos!

Eu até aqui no blog escolhi “os meus 23”, que não são “os nossos 23”, os tais que realmente lá estão a jogar por nós, mas isso é perfeitamente normal. Scolari não é seleccionador para fazer a selecção com jogadores escolhidos por mim, nem pelos escolhidos “democraticamente” pelo público. OK, a não convocatório de Caneira foi realmente bizarra, muito mais que a de Maniche, que é perfeitamente aceitável. Mas é manifestamente muito pouco, para pormos o bom trabalho do seleccionador em causa, e assumirmos que a convocatório teve critérios extra selecção. Até porque, e não me canso de realçar, estamos a praticar um excelente football, que não seria possível, se não pudéssemos contar com alguns dos melhores intérpretes mundiais do football.

Por outro lado, imagino que esta decisão seja um retrocesso do ponto de vista desportivo para Scolari. Treinar um clube é muito mais exigente a nível de trabalho contínuo que uma selecção. Os capítulos do treino e planeamento da temporada, são muito mais importantes que a selecção dos atletas, e o trabalho no espírito de grupo de uma fase final. Não que duvide das capacidades de treinador de Scolari, mas na Primier League é outro ritmo. Além disso o Chelsea não será um clube ideal para qualquer treinador se estrear em Inglaterra. O fantasma de Mourinho ainda está bem presente, ainda não se explicou bem a sua saída, e Avam Grant depois duma época muito acima das minhas expectativas, onde foi vice-campeão Europeu, e lutou até ao fim pelo campeonato, também foi posto a andar. Já do ponto de vista monetário, tem saído muitos treinadores do Chelsea com os bolsos cheios. Quem sabe daqui a uns meses Scolari está novamente na sua casa em Cascais a curtir o bom tempo e o mar.

Ainda não vi foi ninguém comentar, a única coisa neste processo que me deixa arreliado. É o timing com que o Chelsea informou-nos a todos do seu novo treinador. E vou explicar porquê.

Não creio, por convicção própria, que o facto de Scolari abandonar a selecção após o Euro, seja um motivo de perturbação numa prova destas, em formato de torneio no final de época. Sabemos que para todos os efeitos, este tipo de competições, marcam muitas vezes os finais de ciclos, para treinadores, mas também jogadores. No entanto o anúncio foi feito, quando a Selecção, conseguiu o apuramento, e assim conseguiu conquistar os objectivos a que inicialmente se propunham, que era passar a fase de grupos.

Certamente que o Chelsea, com os seus adeptos a quererem saber quem será o treinador, estaria interessado e até pressionado a anunciar o mais breve possível quem seria o novo treinador. Basta lembrar que numa situação semelhante o Benfica, com Trapattoni, também teve de esperar até que a selecção Italiana fosse eliminada, para poder contratar e anunciar o treinador Italiano. Nessa época os adeptos do Benfica, já se queixavam pela demora na escolha do treinador.

Se por um lado o Chelsea queria anunciar o novo treinador o quanto antes, e por outro admitimos que o Seleccionador terá pedido para esperarem até que se atingissem os objectivos de Portugal, então é normal concluir que houve um compromisso, entre a necessidade do Chelsea anunciar o seu treinador o quanto antes, e a interferência de tal notícia nos trabalhos da selecção.

O que me preocupa aqui é o seguinte – admitindo que este anúncio poderia interferir nos trabalhos na selecção, e por isso se esperou pela passagem da fase de grupos, então também não se admite que interferirá nos objectivos que todos temos, que a selecção passe as fases seguintes, e que se possível seja campeã?

A partir deste raciocínio até podemos por em causa os motivos e critérios que o Seleccionador utilizou para estabelecer como objectivo a passagem da fase de grupos. Será que é porque é o objectivo mais bem escolhido para a nossa Selecção, ou apenas porque é o mais conveniente aos futuros patrões de Scolari? Para mim o grande problema de se ter sabido a meio do Euro, que Scolari vai treinar o Chelsea, não é não ter sido no final do Euro, mas não ter sido no início.

Camacho...

"O Moutinho não joga tão bem no flanco. No Sporting este papel é feito por [Miguel] Veloso"
(Camacho sobre a possibilidade do Barcelona contratar Moutinho)

Carlos Carvalhal disse recentemente num programa de televisão, que já conhecia todos os jogadores dos escalões principais da Grécia, onde vai treinar na próxima temporada. Diz que em algumas semanas conhecerá os jogadores das divisões mais baixas, e depois todos os jogadores das principais divisões dos campeonatos próximos. Camacho teve no Benfica meia dúzia de meses, e não conseguiu aprender nada, sobre os principais jogadores, da equipa rival que joga do outro lado da estrada. Eu ficava surpreendido era se o Camacho aconselha-se o Moutinho ao Barcelona. É mais provável que aconselhe o Romagnoli para jogar a Guarda-Redes.

Entrada de Conquistador

Portugal entrou no Euro da melhor maneira. E se dúvidas houvessem sobre as escolhas de Scolari, elas foram eliminadas (ou não) com uma exibição do melhor calibre a nível colectivo, e com muitas das polémicas escolhas a revelarem-se fundamentais.

Nuno Gomes, jogou e fez jogar, apenas por azar não conseguiu marcar pelo menos um golo, com duas bolas nos ferros, e o passe de morte para Pepe é do melhor que se pode ver no football mundial. Pepe, esse acabou com todas as discussões sobre a legitimidade da sua chamada à selecção Portuguesa, com um excelente golo, pleno de oportunidade, e a confirmação que forma com Ricardo Carvalho a melhor dupla de centrais da competição. Petit foi novamente fundamental no pressing e posicionamento.

Ainda que no caso de Petit e Nuno Gomes, alguns adeptos mais cépticos ainda tenham dúvidas, antecipo que farão um grande Europeu, principalmente Petit, que é o melhor médio defensivo Português, e que possa mostrar a todos que a má época época foi um acaso, e não mostra o seu real valor.

Mas o jogador da partida foi Moutinho. Pelas estatísticas que podemos ver durante o jogo, foi o jogador que mais correu em campo pela equipa das quinas, além disso driblou, passou, cortou, defendeu e atacou. A jogada do segundo golo, é mais um momento magnifico. Moutinho é um jogador impressionante.

Em relação aos outros jogos, o Europeu tem tido grupos muito monocromáticos. Quero com isto dizer, que emergiu uma, e uma só equipa por grupo, que tivesse demonstrado qualidade suficiente para ter legitimas aspirações de favoritismo, na conquista do Euro. Essas equipas foram Portugal, Alemanha, Holanda e Espanha. Uma competição, especialmente no formato de torneio com eliminatórias, é sempre uma incógnita em termos de classificações, e um jogo é ainda muito pouco para se fazerem juízos de valor sobre o rendimento das equipas na competição, ainda assim provavelmente serão estes os candidatos mais fortes.

O onze da jornada foi: Cech; Bronckhorst, Ricardo Carvalho, Pepe, Lahm; Engelaar, Moutinho, Sneijder; Podolski, Klose, Villa.

Dicionário Carlos Manuelês

Não sei quem mais teve o privilégio de assistir ao jogo Itália - Holanda, com comentários de Carlos Manuel, na SporTV... Depois do dicionário "Manuel Machadês", segue o dicionário "Carlos Manuelês". Até ver:

Van Pirça = Van Persie

Kate = Kuyt

Pilro = Pirlo

Mentalidades

Não posso deixar de pensar, à luz de recentes punições e a sua desculpabilização pelos adeptos, em relação aos dirigentes e às suas responsabilidades, que ainda muito de diferente existe entre a nossa competiçãozinha, e a Primier League:

“O internacional romeno Adrien Mutu foi hoje condenado pela FIFA em indemnizar o Chelsea, anterior clube, em cerca de 12 milhões de euros, isto porque apresentou um controlo antidoping positivo a cocaína.”

in A Bola

Se fosse por cá, era porque os dirigentes dos adversários directos, tinham alguém na comissão anti-doping em complot contra o Chelsea. Por lá, a exigência é completamente diferente, e o clube dispensou o jogador, e ainda moveu um pedido de indemnização.

Tem razão em estar indignados os adeptos do Porto, estão é indignados com as pessoas erradas.

Análise à nova Equipa Técnica

O Benfica quanto a mim deu um passo de gigante com a escolha de Rui Costa para director desportivo. Contratações de craques inequívocos ainda não há, mas a nível de equipa técnica parece-me que o Benfica se apetrechou muito bem. Uma equipa técnica é muito mais que apenas e só o treinador. Já aqui me pronunciei sobre Quique Flores, mas vou agora falar sobre a restante equipa técnica.

Começando pelo adjunto Fran Segura, que tem seguido sempre com Quique Flores, diz-se que é um participante activo nas sessões de trabalho, além de ser o responsável pelo visionamento de vídeos, e da elaboração de minuciosos relatórios colectivos e individuais sobre o adversário. Costuma assistir aos jogos da bancada, duma posição mais privilegiada para aferir o desenrolar táctico do jogo, donde está em contacto directo com Quique Flores. Não é de resto inédito no football, mas é pouco comum. É algo usado no football Americano, onde existe sempre um coordenador táctico a assistir à partida duma posição elevada. É que o visionamento de um jogo do banco, é muito redutor, em relação ao encaixe táctico das equipas, o que explica por vezes o autismo de alguns treinadores para ler e prever os acontecimentos em campo.

O Preparador Físico chama-se Pako Ayestaran, e é a mais sonante contratação do Benfica até agora. O currículo deste titulado técnico fala por si. Tem um mestrado em preparação física e desporto de alto rendimento, é considerado um dos melhores preparadores físicos em actividade, e já esteve em duas finais da Liga dos Campeões pelo Liverpool, um das quais ganha, e ainda 2 Ligas espanholas e 1 Taça Uefa ao serviço do Valência. Além do plano de preparação física Pako Ayestaran é também voz activa na gestão do plantel, e no capítulo táctico do treino.

O Treinador de Guarda-Redes chama-se Emílio Alvarez, e tem apenas 35 anos. Foi um guarda-redes com carreira modesta, formado no Real Madrid, mas é um inovador em métodos de treino. É apreciado pelos Guarda-Redes que treina, e tem uma enorme reputação em Espanha.

A minha única dúvida diz respeito à contratação de Diamantino Miranda. Não ponho em causa o seu valor, nem a sua competência, e sou sempre a favor do regresso dos “homens da casa”, mas ficou um bocado confuso para mim a coordenação deste novo elemento com as suas funções. Não vai este elemento tirar espaço a Chalana? Ainda não percebi muito bem as delimitações de funções entre Diamantino e Chalana, e espero que isto não seja um encostar do pequeno genial. Ainda assim Diamantino poderá ser uma excelente base de conhecimento para potenciais reforços na Liga Vitalis, incluindo o defesa central Javier Cohene, que alinha na sua ex-equipa, o Olhanense.

Treinador do Ano

O Treinador do Ano é para mim Jesualdo Ferreira. O Porto jogou um football em tudo superior aos seus rivais. A equipa campeã foi melhor em todos os momentos do jogo, e foi a que praticou o football com maior beleza e eficácia. E se pensarmos que o onze titular do Porto, transitou todo da época passada, apesar das saídas de Pepe e Anderson, percebemos que Jesualdo é um treinador de estabilidade e de equipa.

Menção honrosa para Paulo Bento, que sem os argumentos de que dispunham Porto e Benfica, conseguiu o apuramento directo para a Champions, conquistou a Taça de Portugal, e a Supertaça, não envergonhou ninguém na Champions, e ainda disputou uma outra final onde perdeu nas grandes penalidades. Sempre tenho dito, que Paulo Bento é a solução de grande parte dos problemas do Sporting.

Destaque para Cajuda, que mostra como se treina um clube grande... em Guimarães. Não foram poucas as vezes, que quando o resultado era adverso (até no Dragão), acabava o jogo com a carne toda no assador, ou seja com todos os avançados que tinha para lançar no jogo, em campo. Muitos treinadores dizem que jogam sempre para ganhar, Cajuda é dos poucos a ser coerente em campo com essa premissa. Cajuda tem-nos grades, e já merecia um grande.

E ainda Carlos Carvalhal, com um excelente trabalho no Setúbal, que se sabe ter poucos recursos, vencendo a Taça da Liga, e chegando às meias-finais da Taça de Portugal, isto sem contar com o excelente percurso na SuperLiga.

Onze do Ano

Escolhi o esquema táctico do Porto campeão (4-3-3), e parti de trás para a frente a escolher os melhores do ano naquela posição. Reservei ainda lugar para sete reservas, sem qualquer cuidado nas posições.

Guarda Redes: Quim

Defesas Centrais: Bruno Alves, Gerómel

Defesa Esquerdo: Léo

Defesa Direito: Bosingwa

Pivot Defensivo: Paulo Assunção

Interior Esquerdo: Lucho

Interior Direito: João Moutinho

Extremo Esquerdo: Rodríguez

Extremo Direito: Quaresma

Ponta de Lança: Lisandro

Reservas: Eduardo, Rui Costa, Weldon, Raúl Meireles, Claudio, Liedson, Polga.

Jogador do Ano

Ao contrário da generalidade da crítica, eu elegi João Moutinho. Porque considero que é mais difícil jogar bem à bola, como jogou Moutinho no Sporting, onde o colectivo realmente não ajudava. Mas Moutinho é grande por mérito próprio, é o capitão do Sporting (e devia também ser da selecção), é um jogador completo, a nível físico, técnico, e mental. Tem melhorado bastante a concretização e meia distância, e tem sido sempre um exemplo a nível de carácter. Só vejo é artistas na televisão, a falar que querem sair para aqui e para acolá, mostrando que lhes falta ainda atingirem maturidade profissional. Moutinho é grande até na sua humildade. O seu rendimento, em qualidade e quantidade mostra que para além de jogar bem, dedica-se de corpo e alma. Como dizia Simões: “deve treinar, comer, e descansar bem”. Até Pinto da Costa, lhe prestou um merecido elogio. Espero que a selecção consiga aproveitar a qualidade de Moutinho.

Quaresma: Moutinho foi o melhor do ano, mas Quaresma é quanto a mim o melhor jogador a jogar em Portugal. Continua a ser genial, até pelo seu rendimento inconstante, aparecendo em alta nos jogos grandes e complicados. O football é mais que tudo um espectáculo, e tem sorte os adeptos do Porto, de se poderem deslocar ao estádio para ver Quaresma. Pode ser que para o ano já não tenham o privilégio de se dar ao luxo de o assobiar.

Lisandro: Avançado do ano, e melhor marcador da Superliga. Já se sabia que Lisandro era um jogador de qualidade, mas esta época, mostrou que é um verdadeiro ponta de lança. Consegue jogar também nas extremas, com movimentos interiores, dando mais opções a Jesualdo Ferreira. É o primeiro a defender, e é um jogador à Porto, pela raça que demonstra.

Lucho: Imediatamente a seguir a Moutinho, seria a minha opção para jogador do ano. Este médio evidencia-se sobretudo pela capacidade de leitura. Pauta todo o ataque do Porto, e defende bem.

Rui Costa: Acabou a carreira em baixa, devido à falta de conquistas colectivas, mas a verdade é que a nível individual mostrou toda a qualidade. Não é surpresa para ninguém a performance que teve na sua carreira.

Equipa do Ano

Como não podia deixar de ser a equipa do ano foi o Porto. Foram campeões destacados e com margem suficiente para até deixarem pontos na secretaria. A nível interno não conseguiram ganhar nem a final da Taça de Portugal nem a Supertaça, e foram eliminados cedo da Taça da Liga, mas numa final todos os resultados são possíveis, e as competições a eliminar, premeiam menos vezes as equipas mais fortes, do que as competições de regularidade (como os campeonatos). A nível Europeu, o Porto foi também mais uma vez a equipa que mais e melhor se mostrou na Europa. Acabou o seu grupo da Champions em 1º lugar, e foi eliminada contra o Shalke num jogo onde foi manifestamente infeliz, e mostrou ser melhor que o adversário. Mas fundamentalmente o F.C. Porto foi aquela equipa que jogou mais e melhor à bola durante todo o ano, entre as equipas da Bwin Liga.

Outros destaques

Sporting: Sem ter os meios e a estabilidade do Porto, conseguiu a Taça de Portugal, a Supertaça, a final da Taça da Liga, e o acesso directo à Champions.

Guimarães: Veio directamente da Liga Vitalis, para a possibilidade de jogar a Champions.

Setúbal: Trabalho fantástico de uma das mais modestas equipas do campeonato, que conseguiu bater-se com muito menos, com os que tinham mais.

Árbitro do Ano

O árbitro do ano para mim, foi um Pedro Proença. Forma com Pedro Henriques a minha dupla de árbitros favorita, e aqueles pelos quais consigo nutrir alguma simpatia. Sabe-se que é Benfiquista, mas não foi por isso que o escolhi. Também o jornal A Bola considerou o árbitro Pedro Proença o árbitro mais regular da época:

Os Melhores do Ano

Vou aqui eleger aqueles que foram em minha opinião os melhores do ano da Bwin Liga. Vou eleger equipas, jogadores, treinadores, dirigentes, e árbitros.

Dirigente do Ano

Começo pelo menos interessante, mas acho que também merecem destaque os responsáveis máximos por um clube. Ainda que regra, geral o nosso dirigismo seja realmente o que de pior o nosso football tem. Também pela fraca qualidade do nosso dirigismo, em ano de apito dourado, de mais promessas falhadas, e das habituais fanfarronices, entendi que os critérios deviam ser, escolher aquele Presidente cujo clube tenha tido sucesso desportivo, mas que tenha primado pela discrição. Assim sendo os melhores dirigentes do ano, só poderiam ser em exequo Emílio Macedo da Silva e Carlos Costa, Presidentes do Vitória Sport Clube (Guimarães), e Vitória Futebol Clube (Setúbal) respectivamente.

Análise às aquisições: Ruben Amorim e Hassan Yebda

Ruben Amorim: Formado no Benfica, parece-me uma excelente aposta num jogador jovem, a custo zero. No Belenenses mostrou um rendimento, que lhe valeu rasgados elogios da crítica. Gosto da ideia da aposta em jogadores de qualidade do mercado interno, como é o caso, sendo jogador completamente adaptado à nossa competição, e até a Lisboa. É um interior e portanto vem para jogar numa posição importante do miolo, no esquema que o Benfica irá supostamente adoptar, do 4-3-3. Aprovadíssimo!

Hassan Yebda: Vem com credenciais da altura em que era jovem promessa. Foi formado numa das mais reputadas escolas de formação do mundo, o Auxerre, e foi internacional sub-17 pela selecção Francesa campeão do Mundo. Tem estado no modesto Le Mans, onde não era titular indiscutível, apesar de ter jogado na grande maioria dos jogos da Liga Francesa. É um jogador que faz das capacidades físicas o seu principal atributo, e joga no miolo, a médio-defensivo, médio-centro ou interior, mas também já foi utilizado a médio ofensivo, e até no flanco direito. Este jovem de 24 anos foi adquirido a custo zero e em final de contrato, pelo que não representa um investimento que me levasse a “vetar” a contratação. Ainda assim a sua qualidade é uma incógnita, e geralmente as contratações mais discretas do Benfica, nos últimos anos, raramente surpreendem pela positiva. Espero que com Rui Costa as aquisições sejam mais criteriosas. Dou o benefício da dúvida, e fica assim, para já, por aprovar.

PS: As duas primeiras aquisições confirmadas do Benfica, são neste momento para o miolo. Considerando que não está ainda confirmada mais nenhuma saída além de Rui Costa, e possivelmente Rodríguez, o Benfica tem assim com estas duas aquisições, sete soluções para os três lugares do miolo (considerando o anunciado 4-3-3), são elas: Petit, Bynia, Katsouranis, Maxi, Nuno Assis, Rúben Amorim, e Yebda. A abundância para o miolo, à partida leva-me a ficar satisfeito por se manter o “projecto 4-3-3”, porque fiquei algo desagradado com as notícias que correram os media, que Quique viria implementar um 4-4-2 clássico (meio campo em linha).