Timberlindes seguem em frente na taça

Apesar da derrota por 1-0 frente a uma equipa da divisão Allstars, no ultimo jogo de grupos da taça, os Timberlindes conseguiram-se apurar como melhor terceiro classificado. Da actual Liga C1 mais quatro equipas seguiram em frente na taça, o que demonstra a competitivade da nossa divisão!

Santa Lopes na Sic Notícias

Na tentativa de dar ao blog uma maior interactividade, vou tentar incluir fotos e vídeos, quando fizer sentido, sempre que possível. Começamos com um excerto duma entrevista (ou "tentativa de") a Santa Lopes, que vai introduzir a minha próxima crónica, que será sobre Mourinho:

Apesar de toda a notoriedade e mediatismo, conquistados legitimamente por Mourinho, resta-me apenas concordar em absoluto com a reacção de Santana Lopes.

Ingratidão

O Presidente do Benfica comentou na passada semana, declarações proferidas por José Veiga, e ainda incluiu Fernando Santos na sua resposta. Veiga terá dito que ao Benfica exige-se que tenha uma gestão desportiva que lhe permita ser campeão pelo menos três vezes em cada cinco anos, e ainda acrescentou que o principal culpado quando algo não corre bem numa equipa de football, não é o treinador, mas antes o responsável máximo, o Presidente do clube. Depois destas declarações, Luís Filipe Vieira rapidamente tratou de responder, dizendo que Veiga nunca mais trabalhará para o Benfica, chamando-o de ingrato. Falou mesmo no plural (ingratos), referindo-se certamente também a Fernando Santos que num programa televisivo disse que o presidente do Benfica é mestre na gestão empresarial, mas muito fraco na gestão desportiva.

Não sei se o ex-director, e o ex-treinador do Benfica, são ingratos, mas sei que estão cobertos de razão em tudo o que disseram. Senão vejamos – não queremos nós, adeptos, que o Benfica seja campeão pelo menos três vezes em cada cinco anos? O que se pretende acima de tudo, não é um Benfica vitorioso nas competições desportivas? Quando o presidente do Benfica fala ambiciosamente do futuro, de fazer do Benfica um candidato legítimo às Ligas dos Campeões, esse futuro auspicioso não passa por uma afirmação doméstica, e vencer campeonatos? As ambições de Luís Filipe Vieira são de alcançar vitórias empresariais e recordes na venda de Kits, ou de usar a força económica e empresarial que o Benfica vai tendo para catapultar o clube para um patamar de excelência desportiva?

Quem é ingrato é o presidente do Benfica, que se esquece que a única vez que foi campeão foi graças a José Veiga director desportivo, e à sua influência no balneário. E que muito jeito lhe deu ter alguém para mandar à Argentina para ir buscar Cardozo.

E no capitulo da responsabilidade pelos resultados desportivos, com a agravante de não haver um director desportivo, ou vice-presidente para o football, não é da responsabilidade do Presidente a escolha dos profissionais que defendem o Benfica? Não foi Luís Filipe Vieira que apostou em Fernando Santos? Não foi ele mesmo que segurou o treinador contra a vontade de uma considerável parte da massa associativa?

A temporada do Benfica está em risco! O Benfica nos últimos três jogos não obteve uma única exibição positiva. Contra o Milan perdeu, não somando nenhum ponto no seu jogo mais difícil, não hipotecou as hipóteses de se apurar, mas também não adiantou trabalho. O Benfica pontuando em Milão, ganhava pontos que à partida os seus mais directos candidatos ao apuramento no segundo lugar (Shaktar e Celtic) provavelmente não vão ganhar, e forçava o Milan a ter maior necessidade de pontuar ao máximo nos outros quatro jogos contra as outras duas equipas. Empatar em Braga à partida não é um mau resultado, o Benfica de Fernando Santos o ano passado perdeu, mas provavelmente nunca mais o Benfica terá um no Braga um adversário tão frágil como aquele que se apresentou no jogo. Foi óbvia a débil condição física do Braga. Além disso aquele que é quanto a mim o mais forte rival para a corrida ao título foi vencer a Braga. O Benfica demonstrou na partida falta de qualidade, de recursos de jogo, e de atitude. E por final contra o Estrela, para a taça da Liga, o Benfica para passar a eliminatória contou com uma grande penalidade inexistente, assinalada pelo árbitro auxiliar que fez mais pelo Benfica no jogo, que a equipa toda! O Benfica foi obrigado por regras da própria competição a utilizar cinco jogadores dos que tem sido utilizados nos últimos dois jogos oficiais (Di Maria, Maxi Pereira, Cristián Rodríguez, Binya e Nuno Assis ) e ainda contou com os regressos de lesionados que se espera que reconquistem a titularidade (Luisão, Zoro e Nélson). Dos jogadores que jogaram apenas Butt, Miguelito, e Dabao, não têm sido, nem serão imediatamente alternativas no onze titular. Isto tudo para dizer que a equipa do Benfica que jogou na Amadora, sem contar com os lesionados que também não poderão jogar contra o Sporting, não é uma equipa de segundo plano nas opções de Camacho. Apenas sem contar com Quim, Léo, Rui Costa, Nuno Gomes e Cardozo, são aqueles os “ovos” que Camacho vai ter para as próximas “omeletas”.

Quem é o responsável pelas fracas exibições que o Benfica tem registado? É Camacho que já disse que tem muito trabalho pela frente, e só pode ter equipa a funcionar como quer em Fevereiro? É dos jogadores que não tiveram férias, que chegaram tarde ou lesionados, e que tendo potencial enorme, são jovens e volúveis? Ou será que a culpa ainda é de Fernando Santos? Camacho também vai ter dificuldades a dormir devido ao excesso de qualidade no plantel? Quem deixou sair Simão? Quem não segurou Manuel Fernandes? Todos os actos de gestão de Luís Filipe Vieira têm consequencias, e o mesmo não pode esquecer-se disso quando repetidamente aparece na comunicação social a tentar atirar areia para os olhos dos Benfiquistas. A culpa vai morrer solteira para Luís Filipe Vieira, se o mesmo não reconhecer a incompetência que tem demonstrado na gestão desportiva e contratar alguém para o fazer por ele!

Manuel Fernandes veio recentemente numa entrevista falar do Benfica. Entre acusações ao departamento médico, e queixas sobre falta de respeito sobre si mesmo, ele sim se demonstrou ingrato para com o Benfica pela forma como saiu em vésperas dum jogo importante para o clube. Manuel Fernandes diz que Luís Filipe Vieira sabia da sua vontade de abandonar o clube, e ao dizer isto acusa-o da responsabilidade de o ter incluído no plantel contra sua vontade. Mas a Manuel Fernandes deu muito jeito ser do Benfica para se evidenciar na pré-época no torneio Guadiana e conquistar a transferência. Onde está a resposta que neste caso era merecida do Presidente do Benfica ao ex-atleta do clube? Luís Filipe Vieira ficou calado, e assim ficam os adeptos a saber que se sabia da eventual saída do jogador, e que mantê-lo no plantel, incluindo-o como peça importante no esquema de jogo foi mais um erro de gestão desportiva.

O Presidente do Benfica atrapalha-se a ele mesmo, sempre que decide mandar recados pela comunicação social. Desta última vez decidiu propor a candidatura de Rui Costa à presidência do Benfica. O Timing é péssimo mais uma vez! Numa altura em que o Benfica precisa de Rui Costa dentro das quatro linhas, porque é o maestro que tem livrado o Benfica de mais exibições cinzentas, falar do seu futuro quando deixar de jogar é isso sim um sinal de ingratidão. Espero sinceramente que demore muito até que Rui Costa assuma uma pasta executiva no Benfica, porque isso quer apenas dizer que continuará a brilhar nos relvados como o tem feito durante muito mais tempo!

Razão, e não ingratidão, teve Fernando Santos, quando disse que Luís Filipe Vieira revolucionou o Benfica em termos empresariais, e que está hoje nesse aspecto destacado em relação aos principais rivais, mas que em termos desportivos o Presidente precisa de alguém que assuma a pasta do football porque não tem competência para tal. Não foi nada ingrato Fernando Santos, foi até muito educado, porque se a situação não se alterar, os adeptos facilmente se esquecem dos bons resultados empresariais, e com ingratidão rapidamente se viram contra o Presidente, que sem Fernando Santos já não tem mais escudos.

Timberlindes goleiam na liga AllStars (7-0)

Não há muito mais a dizer sobre esta equipa que soma sucessos no mundo do desporto amador. Desta vez eu estava lesionado, mas os Timberlindes golearam por sete a zero a equipa dos Innovation. Deu até para o nosso guarda-redes Francisco marcar um golo. Os outros marcadores foram Bruno Caetano por três vezes (isoladíssimo na lista de melhores marcadores com 10 tentos), João Paulo, Pedro Madaleno, e ainda um auto-golo de um jogador adversário. Estamos no 2º lugar da liga C1, a apenas um ponto do 1º classificado, mas com o melhor ataque (23 golos marcados em 8 jogos), e a melhor defesa (7 golos sofridos). A crónica de quem assistiu ao jogo:

"Esta semana mediram forças as equipas dos Timberlindes e dos Innovation. Foi um jogo bem disputado e agradável de ver mas para a história ficará a goleada dos Timberlindes por 7 x 0.A equipa dos Innovation apresentou-se na sua máxima força determinados a fazer a vida negra a um dos candidatos ao título da Liga C1! Estes, por sua vez, estavam decididos a recuperar a liderança da liga cedida aos Trabalhadores do Comércio! E assim estavam todos os ingredientes para um grande jogo de futebol! Os Innovation entraram bem no jogo dificultando muito a tarefa ao adversário e foi pena que tenham acabado por sofrer o 1º golo num lance caricato em que o redes deixa a bola bater no solo e passar-lhe por cima ao que Bruno Caetano (sempre ele) foi rapidíssimo em confirmar o golo. Até ao descanso o jogo continuou equilibrado e António Magalhães ainda teve um boa oportunidade para igualar. No 2º tempo, quando os Innovation espreitavam um pouco mais o ataque, os Timberlindes entraram decididos a levar a sua causa a bom porto e rapidamente ampliaram o resultado com golos de João Paulo e mais dois de Bruno Caetano. Os Innovation continuaram a procurar o golo mas o espaço deixado para trás era sempre bem aproveitado pelos Timberlindes que tiveram grande eficácia na finalização. No final, o resultado seria de 7 x 0 com um hattrick do inevitável Bruno Caetano, para além de golos de João Paulo, Pedro Madaleno, um auto-golo e ainda um golo de Francisco que está mais habituado à tarefa de imedir que estes aconteçam na baliza da sua equipa. O resultado foi um pouco exagerado para o bom desempenho dos Innovation na 1ª parte mas se conseguirem continuar o bom trabalho na 2ª parte certamente vão obter resultados mais favoráveis. Já os Timberlindes venceram e aproveitaram para encher o saco sendo assim a equipa mais goleadora com 23 golos marcados. O seu artilheiro de serviço, Bruno Caetano, isola-se na lista dos melhores marcadores já com 10 golos apontados!"
in: Crónica no site Allstars

O Benfica contra o Naval e em Milão

Depois de vencer convincentemente o Naval por três bolas a zero, o Benfica foi jogar a Milan, e acabou por perder o jogo por (2-1). Noutro dia qualquer estaria particularmente triste com o resultado, porque entendo que o Benfica tem de entrar em campo para ganhar em todos os jogos, em toda a parte do mundo, mas existem atenuantes: enquanto o Milan se apresentou praticamente na máxima força, o Benfica faz a gestão daquela que é mais uma onda de lesões, que muito afectam principalmente os processos defensivos.

Contra o Naval o Benfica apresentou um bom football, mas teve também a sorte do jogo. Os primeiros dez minutos do Benfica foram fracos, e se o Benfica não tivesse tido aquele remate certeiro do Rodriguez, as coisas não teriam sido tão fáceis. Também nos últimos minutos o Benfica deixou-se dominar, e ai cabe uma palavra de apresso ao Naval, que depois de perceber que ia perder o jogo, se esforçou por praticar bom football, e apenas por azar nítido não conseguiram o tento de honra. As ocasiões de que o Naval dispôs na fase final da partida, podiam ter dado mesmo mais do que um golo. Aliás foi com surpresa que fiquei a saber que o treinador da Naval seria despedido após o jogo. A mentalidade portuguesa bate no fundo, quando um treinador não é apreciado por ter a coragem de vir praticar bom football à Luz, sem excessivas preocupações defensivas. Um treinador que tivesse vindo jogar com dez defesas e perdesse apenas por 1-0 teria sido despedido? Talvez assim se perceba porque é que os estádios das equipas pequenas tenham menos gente que uma sala de cinema.

A partida ficou marcada positivamente pelo espectacular golo de Rui Costa, e o regresso aos golos de Nuno Gomes. Mas o Benfica perdeu também neste jogo uma das pedras nucleares e dos jogadores mais insubstituíveis que tem – Petit!

Contra o Milan sem Petit, o Benfica começou de inicio com 4 jogadores que transitaram do plantel do ano passado apenas: Quim, Léo, Katsouranis, e Rui Costa. E com todas as lesões e chegadas tardias, este resultado até foi digno, considerando que foi mais um jogo de quase pré-época para uma equipa em construção.

A dupla de centrais, Miguel Victor e Edcarlos não tinham até à data jogos juntos, e nenhum deles tem mais de cinco jogos oficiais pelo Benfica. Luis Filipe tarda estabilizar o seu jogo em níveis de qualidade semelhantes aos que tinha em Braga, não fazendo esquecer Nélson. A Maxi Pereira foi dada a difícil e inglória missão de fazer esquecer Petit, com o apoio do inteligente mas limitado Katsouranis. Alem de todas as condicionantes de jogadores, o Benfica foi jogar contra o Milan bem aberto e com a mesma estrutura que tem jogado contra adversários mais fracos. O Benfica era por tudo isto, uma equipa limitada em termos defensivos, e ao contrário do que tenho lido, acredito que evitou um resultado mais dilatado, por competência de Quim, e pela capacidade de fazer circulação de bola em casa daquela que é para mim a equipa mais forte do mundo. Tecnicamente o Benfica esteve bem!

Ao jogar aberto o Benfica conseguiu circular a bola, e se o cabeceamento de Cardozo ao poste tivesse entrado a história do jogo podia ter sido outra. As equipas Italianas defendem bem, e para o Benfica ter conseguido criar perigo relativo, tem de ser dado mérito a Camacho pela atitude conquistadora e destemida que incutiu à equipa. Fico feliz, porque 80% dos jogos do Benfica serão contra equipas consideravelmente mais fracas, e essa atitude será determinante para conseguir vencer, jogar bom football ou mesmo golear, aquelas equipas que jogam fechadas para não sofrer golos. Ainda assim devo dizer que o esquema táctico de Fernando Santos bastante mais defensivo, conseguiu também bons resultados em casa com períodos de bom football, e devo também expressar as minhas dúvidas sobre se o Benfica sofreria aquele golo em contra-ataque em Milão, depois de um canto ofensivo. Mas o Benfica pode mesmo estar no bom caminho. E os tempos tristes em que o Benfica de Koeman jogava com quatro centrais, dois laterais e dois trincos já lá vão. Isto contra uma equipa muito inferior, e a jogar num estádio em que, não sendo a catedral, o Benfica tinha tanto apoio como em casa.

A nível individual a equipa continua com dois estupendos jogadores, Léo e Rui Costa, e aliados às surpresas agradáveis que tem sido para mim os reforços recém chegados, e a excelente forma de Quim, o Benfica reforça em mim esperanças de esta poder não ser mais uma época do “para o ano é que é!” . Também Nuno Gomes voltou aos golos, com o golo em Milan (obtido com interferência de Edcarlos em fora de jogo, é preciso dizer), são já dois jogos seguidos com golos do avançado Portugues. São boas notícias para o Benfica! Nuno Gomes é um jogador inteligentíssimo, que pela sua qualidade de movimento sem bola, tem permitido aos companheiros de ataque gozarem de espaço, mas um avançado quer-se também a resolver com bola, e Nuno Gomes tem estado com falta de confiança na hora de rematar. Com os golos surge a confiança para se inspirar, e também ele poder ter um papel mais importante na equipa.

Lembro-me de dizer entre amigos no café, quando o Benfica contratou Cristián Rodríguez, que não percebia o que um jogador excedentário do plantel do PSG podia trazer de novo ao Benfica. É com felicidade que verifico que estava enganado. Sem ser um poço de técnica o Uruguaio, é rápido, tem bom remate, e troca a bola com qualidade, a que não foi alheia a primorosa assistência para Nuno Gomes contra a Naval. Mas mais importante que tudo isso, é que o extremo, consegue para além de atacar, defender como poucos. Nestes dois últimos jogos do Benfica era incrível como o Cebola conseguia preencher o campo todo, e estar em jogo em todos os momentos do jogo. Camacho deve estar contente por ter um extremo que com a capacidade defensiva que empresta ao jogo, tem permitido jogar apenas com Petit e Rui Costa no miolo, com resultado muito agradável. Um concelho que dou a Luís Filipe Vieira é que devia ser ele também um pouco menos ingrato, falar menos*, e trabalhar mais, para adquirir imediatamente o passe do jogador Uruguaio, que está emprestado pelos seus empresários. Sobre pena de para o ano estar a jogar por um rival, como por exemplo o F.C.Porto habituado a manobras dessas, em mais uma demonstração de derrota perante o seu arqui-rival!

Maxi Pereira não tem os apontamentos ofensivos do compatriota, e é lento, mas ainda assim deixou-me apontamentos interessantes a fazer o lugar de Petit. Já o tenho dito várias vezes, não existe no plantel que transitou do ano passado nenhuma solução para fazer o trabalho de Petit. Com as chegadas de Maxi, Gilles, e Romeu Ribeiro, vamos ver se entre os três surge algum jogador com capacidade para tal. E devo também acrescentar que gostei da forma descomprometida como o médio Camaronês entrou no jogo em Milão.

Cardozo e Di Maria actuaram discretamente contra o Milan. O ponta de lança paraguaio apesar de muito ter corrido (varreu quase 8km segundo estatística da UEFA), ganhou em condição física o que perdeu em ritmo e entrosamento por não ter jogado com a Naval. E Di Maria depois de jogos muito promissores, mostra ter um talento invulgar, mas ainda não se evidenciou em lances produtivos que possam resolver uma partida.

Edcarlos ainda não mostrou ser alternativa credível no centro da defesa, e apesar de ter nascido de um passe disparatado de Miguel Victor , o contra-ataque do segundo golo do Milan (após um canto ofensivo), acho que o defesa formado no Benfica, merecia fazer parte do plantel como alternativa credível a Luisão, David Luiz e Zoro. Com cinco centrais e a hipótese de Katsouranis jogar também nessa posição, fica reduzido o espaço para ambos.

Quem tarda em afirmar-se condizentemente com o seu estatuto de competência adquirido em Braga é Luís Filipe. Apesar da assistência para o monumental golo de Rui Costa contra a Naval espero mais deste jogador. O Benfica não pode ter em campo um jogador a falhar a quantidade de passes que Luís Filipe falha.

O Benfica tem matéria-prima, mas têm também um plantel desequilibrado devido a lesões. O Sporting perdeu de uma assentada Derlei, e Pedro Silva, e logo se falou dos problemas decorrentes dessas lesões, que diminuem as opções de Paulo Bento. Imediatamente os comentadores desportivos se apressaram a prever a necessidade de contratar jogadores para o plantel leonino na reabertura de mercado. E nenhum dos dois jogadores é sequer nuclear no Sporting. O que aconteceria se o Sporting perdesse também Miguel Veloso e Polga? É com essas limitações que o Benfica tem jogado ultimamente.O Plantel não é mau, longe disso, e até diria superior aos outros dois candidatos, mas o Benfica para ser campeão não precisa de um plantel melhor que Sporting e Porto, precisa de um plantel muito melhor. É que as lesões sucedem-se em catadupa, e o Benfica para conseguir competir com os rivais dentro de campo, tem de ter soluções de recurso de igual qualidade aos adversários. O Benfica tem fora de competição Luisão, David Luiz, Zoro, Nélson e Petit, e se tivesse agora um clássico, tinha de ter substitutos para esses jogadores à altura de Polga, Bruno Alves, Bosingwa e Miguel Veloso.

* Em relação às declarações de Luís Filipe Vieira à saída para Milão, vou-me mais tarde pronunciar numa crónica dedicada.

Os atletas Portugueses

A selecção nacional de football claudica mas as ultimas semanas têm sido de bons resultados e promoção do desporto nacional.

A selecção de Rugby continua a treinar para dignificar o país, e já jogaram com a mais forte selecção do mundo, a Nova Zelândia. Também no jogo contra a Escócia, a selecção demonstrou em campo que é possível sair derrotado mas de cabeça erguida, e não foi surpresa que o capitão Vasco Uva tivesse sido eleito o homem do jogo. No Basketball a selecção nacional conseguiu também deixar uma boa imagem depois de eliminados frente à forte equipa grega. Mas é com particular orgulho Benfiquista que falo de Nelson Évora e Vanessa Fernandes, campeões mundiais de triplo salto e triatlo respectivamente.

Na sequência das imagens que correram o país, em que os Lobos cantavam orgulhosa e efusivamente o hino nacional, e depois da chamada à selecção de Pepe, originou-se uma discussão sobre os critérios de que levam a atletas que recentemente obtiveram nacionalidade portuguesa, mas que nascidos noutro país, possam representar a selecção nacional.

Temos de ter bem presente que a obtenção da cidadania portuguesa, obedece a determinados critérios, e por muito que nos custe termos o hino nacional a ser cantado em sotaque brasileiro, estes indivíduos obtiveram a nacionalidade portuguesa obedecendo a esses mesmo critérios. A partir do momento em que têm nacionalidade Portuguesa, a FIFA estabelece que os mesmos podem ser chamados a representar a respectiva selecção, desde que nunca tenham representado uma anterior. A regra faz de resto, para mim, todo o sentido. Não me parece correcto que um atleta ao mudar de nacionalidade pudesse mudar de selecção. Assim sendo e para o caso dos recém nacionalizados, não podem ter menos direitos e deveres como Portugueses do que todos nós. Pensar de outra maneira é admitir estados de espírito sociais semelhantes à xenofobia e racismo, e de marginalização social.

Mais importante que tudo é que o caso Português é particular. Somos um país pequeno, uma estreita faixa de terra da Europa, à beira mar, mas somos também um país de história e de impérios, de colónias, sangue africano e americano. Porque os homens que fizeram história no nosso país expandiram as fronteiras do mesmo além dos oceanos, espalhamos a nossa cultura um pouco por todo o mundo. Existe sangue português um pouco por todo o mundo, e existe também em nós sangue africano e sul-americano. O Português é oficialmente a quinta língua mais falada do mundo, à frente de francês, alemão e japonês nomeadamente. O Português é falado como língua oficial nos seguintes: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e ainda na região administrativa especial de Macau.

Os laços com algumas destas colónias são tão fortes que é comum e usual para quem vai às cidades africanas da lusofonia, ver camisolas e bandeiras dos três grandes. E a rivalidade clubística está representada em cada casa e café, como se de Portugueses se tratassem. Jogadores que são símbolos das nossas selecções como Eusébio, Coluna, mas também Nani, e atletas como Nélson Évora e Francis Obikwelu não foram nascidos em Portugal. Não me parece correcto e tendo em conta a nossa herança história que se possa não perceber o caso especial que os atletas nascidos no mundo da lusofonia representam. E não me parece que o caso de um luso-brasileiro possa ser vítima de preconceito.

Na minha opinião serão sempre bem vindos às selecções, e como atletas a representarem o nosso país todos aqueles que, de nacionalidade portuguesa, vierem por bem, com dignidade e vontade de vencer. Os jogadores luso-africanos, e luso-brasileiros que representam o nosso país, são também uma parte da nossa herança histórica e cultural.

A Selecção compromete

Eu não sou dos mais fervorosos adeptos da selecção. Desde pequeno nunca consegui sentir pela selecção a vibração que sinto pelo Benfica, ainda assim vejo os jogos com prazer, e acredito que somos uma das mais fortes selecções do mundo. Mas com isto quero dizer que consigo ver a selecção sem o facciosismo que sei que tenho em relação ao Benfica.

No momento que a selecção atravessa acho que se deve ter a cabeça fria na hora de criticar. Metade do país critica o árbitro da partida, a outra metade quer a cabeça de Scolari. A palavra “roubo” surge mesmo na capa de um dos principais jornais desportivos, e já se fazem sondagens de opinião sobre a continuidade de Scolari no comando da selecção. Mas se a selecção não conseguiu ganhar nenhum dos dois jogos, na minha opinião foi porque não mereceu, e não devido a um erro, existente é certo, do árbitro da partida. Se por cada erro de arbitragem nas nossas competições, igual ou pior, ao que originou o golo da Sérvia, surgissem nas manchetes dos jornais desportivos portugueses, títulos semelhantes, não havia capas suficientes. O actual treinador Scolari que agora é apupado, é o mesmo que conseguiu ser vice-campeão da Europa e ficar em quarto lugar num Mundial com Portugal. A agressão é lamentável, e não pode ser branqueada, até porque Quaresma não precisa de protecção, precisa que o deixem jogar à bola, mas espero que Scolari sofra da mesma protecção, dos media e dos adeptos, que tiveram os nossos melhores jogadores, incluindo Figo e companhia, quando ainda estávamos na altura em que saiamos de mundiais e europeus à estalada e pontapé.

Scolari errou é certo, mas o treinador que errou, é o mesmo que tem os melhores resultados de sempre como treinador de Portugal. O Scolari deste apuramento, é o mesmo e é indissociável, do Scolari de 2004 em Portugal, e do Scolari de 2006 na Alemanha. Scolari foi um ponto de viragem na selecção, para que episódios tristes e sórdidos deixassem de acontecer, e como tal também ele merece agora o nosso apoio num momento mais infeliz. Hoje o Jornal Record noticia que Pinto da Costa telefonou a Madail, pressionando a demissão de Scolari. É apenas o eco duma altura, em que a selecção não apresentava resultados devido a interesses, porque parece-me que as pressões foram erradicadas, ou são neste momento ignoradas, como sempre deviam ter sido.

Prevejo que a selecção apesar das dificuldades se apurará para o Europeu onde fará uma boa campanha. O que não quer dizer que não lhe sejam feitas as criticas merecidas. Os media têm também responsabilidade na situação, porque ainda não vi um único meio de comunicação, comentador ou jornalista desportivo acertar nas criticas que podem ser feitas a Scolari e à selecção. É que neste momento anda tudo distraído dos principais problemas que a selecção acusou nestes dois jogos.

Portugal não ganhou os jogos por duas razões principais: não defendeu bem, e não foram escalonados para o onze inicial e para as substituições os melhores jogadores. Razões a que não é alheia a responsabilidade do seleccionador é certo. Ainda que os onze jogadores que começaram os jogos, e os suplentes, deviam ser suficientes para Portugal jogar muito melhor. Mas as selecções da Sérvia e Polónia, longe de terem a qualidade da nossa selecção, não são selecções fáceis.

Do melhor quarteto defensivo possível para a nossa selecção, apenas Bosingwa na minha opinião teria lugar. Com Pepe, Ricardo Carvalho, e Jorge Andrade em forma, tão cedo Fernando Meira e Caneira não terão oportunidades, e com Caneira a poder jogar a central e a lateral esquerdo, provavelmente nenhum dos dois fará parte duma comitiva para a fase final. Pior que isso parece-me que os dois não se complementam, e funcionam mal juntos.

Na esquerda é a incerteza total, Miguel e Paulo Ferreira não são laterais esquerdos, nem tão pouco o é Caneira, cumpre mas não satisfaz totalmente. Preocupante é que sabendo que Paulo Ferreira se adapta melhor a lateral esquerdo que Miguel (que também não estava nas melhores condições físicas), Scolari terá preterido Paulo Ferreira, em favor do jogador do Valência para o banco.

O seleccionador devia procurar aqueles que são os melhores defesas esquerdos portugueses, e não aqueles que melhor se adaptam à posição dentro do “Clube Scolari”. Não teria lugar nesta selecção Antunes? Ou será que quando se diz que não há defesas esquerdos, se está apenas a considerar o restrito grupo de apadrinhados de Scolari?

De resto o lado esquerdo constitui um problema que se acumula com o facto de não haver na selecção um esquerdino. Tiago, e Deco não se apresentam na melhor forma no meio campo, e Moutinho já tem estado em muito mais destaque na equipa do Sporting do que está agora. Apenas Petit, Maniche e Raul Meireles estão em condições de aparecer ao melhor nível na selecção, parecia-me a mim que era a altura ideal para ter sido chamado Miguel Veloso, que de resto já jogou a defesa esquerdo, e mais importante que isso, joga com o pé esquerdo!

No lance do segundo golo da Polónia, rapidamente os entendidos se apressaram a responsabilizar Ricardo, que longe ser um grande guarda-redes, não teve tantas culpas quanto Deco que deixou o Polaco rematar sem oposição. Ricardo teve mais responsabilidade na defesa incompleta que deu o primeiro golo, que no lance em que o ressalto do poste o trai. Também não é mentira que um grande guarda-redes não sofre dois golos daqueles num jogo. Mas os tempos de Michel Preud’homme já lá vão... E Quim é pelo menos neste momento melhor que Ricardo, mas não o suficiente que justifique neste momento uma mudança na aposta para a baliza.

Não pressionamos, Deco praticamente não defendeu, e deixou a sua influencia apenas em alguns passes de qualidade no ataque, e os centrais não estiveram bem, logo o empate não é de estranhar. Sofrer três golos em dois jogos, e da maneira como foram sofridos está longe de ser uma boa marca, e evidencia aquilo que para mim é óbvio – a selecção defendeu mal!

Mas além dos problemas defensivos, Scolari e os media têm de ser responsabilizados por começarem a criar uma vaca sagrada na selecção Portuguesa. Cristiano Ronaldo, apesar do golo, jogou de forma inconsequente, mimada, e nada produtiva para a equipa. Começa a ser comum vê-lo apenas a recuar para defender quando é ele a perder a bola em lances individuais inconsequentes, e como a perde muitas vezes, dá a ideia que defende muito. Sempre que tem a bola prefere afunilar em drible, e não aproveita a sua velocidade para ganhar a linha e tentar servir um companheiro. É comparar os centros conseguidos por Cristiano Ronaldo totalista, com os conseguidos por Simão e Quaresma, que não alinharam os 180 minutos.

Alem de Ricardo foi também criticado Nuno Gomes, que está em baixo de forma e numa crise de confiança quando tem a bola, mas que nos espaços, e sem bola continua a ser um jogador inteligente e sempre com intenções de jogar para a equipa e não para ele mesmo. Depois, e entre os dois jogos, só se falava se Portugal devia jogar com Quaresma no lugar de Simão, com os dois em simultâneo para alem de Cristiano Ronaldo, ou ainda se devia jogar também Nani com o trio maravilha. Ninguém punha em causa o lugar de Cristiano Ronaldo, nem tão pouco criticaram a substituição de Simão por Quaresma, quando quem devia ter saído era o jogador do Manchester United. Mas o preocupante é que os media atribuem um lugar cativo na selecção a Cristiano Ronaldo.

Jogar com o trio maravilha no ataque pode ser até uma solução, Cristiano Ronaldo tem características físicas e técnicas que fariam dele um bom avançado, ainda assim, teria de jogar de costas, que já disse que não gosta, e para a equipa, que também não me tem parecido que goste. E jogar com Cristiano Ronaldo, Quaresma, Simão e Nani, é puro folclore, porque não acredito que nenhum treinador do mundo o fizesse, e porque Nani não tem a qualidade dos outros ainda, apesar do potencial para isso. É o populismo a atingir a comunicação social. Nani o ano passado não era fundamental no Sporting, mas com uma transferência milionária e mediática, já o querem a titular na selecção.

Numa coisa tem razão a comunicação social, Quaresma tem lugar no onze inicial. Sou da opinião que Quaresma pelo jogador que é, e pela forma em que está, joga em qualquer equipa do mundo, e uma selecção que tem Quaresma no banco nestas condições tem realmente de ganhar à Polónia e Servia, porque tem a melhor selecção do mundo. Dizia-se à uns anos que Quaresma precisava de jogar mais para a equipa e ser mais eficaz, dando como exemplo Cristiano Ronaldo, preocupa-me que não tenham visto que Quaresma fez mais centros para assistir os seus colegas para golo na época passada que o jogador do Manchester em qualquer época.

Nem Deco nem Cristiano Ronaldo deviam ter iniciado este segundo jogo com a Sérvia, mas Scolari não abdicou de nenhum deles, e como pelos vistos é proibido Cristiano não jogar, Scolari devia então ter prescindido de Deco, pq já que este também não defende, jogaria com Simão e Quaresma nas alas, e Cristiano Ronaldo por trás do ponta de lança. Esta situação da tardia afirmação de Quaresma na selecção faz-me lembrar o tempo que Simão demorou para ter oportunidades, quando era o melhor jogador a jogar no campeonato português, mas que a selecção garantia os lugares cativos a Cristiano Ronaldo, e a Figo quando este decidia estar disponível.

Scolari, a comunicação social, e os adeptos têm de perceber que se a Selecção nacional está hoje onde está, não é porque tem apenas Cristiano Ronaldo, mas também, Simão, Deco, Petit, Maniche, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, e muitos outros, que aparecem agora ou que já deixaram de jogar pela selecção.

Benfica conquista Supertaça em Futsal

O Benfica conquistou no passado dia 9 a supertaça em futsal, vencendo o Braga por 8-3. Os marcadores dos golos da equipa encarnada foram: Pedro Costa (2), Gonçalo Alves (2), Ricardinho (2), Arnaldo, e um auto-golo do jogador do Braga Fabrizio. Os parabéns à equipa!

O Benfica tem nas suas fileiras alguns dos melhores jogadores nacionais da modalidade. No football o clube está longe de ser representativo na nossa selecção, mas no futsal o Benfica tem agora a espinha dorsal portuguesa. Torcemos para que a ambição do Benfica seja agora a conquista da Europa como potencia do futsal.

Mais informações em: Benfica goleia Braga (8-3) e conquista a Supertaça

Timberlindes no mundo Allstars

Numa nota mais pessoal e também amadora, os Timberlindes, (equipa que participa na Liga Allstars 2007, e da qual faço orgulhosamente parte), conseguiram ontem, dia 9 de Setembro, um empate a dois golos a contar para o grupo da Taça Allstars. Depois de uma vitória contra uma equipa da divisão superior também a contar para a taça, e de passarem todo o período de férias no primeiro lugar da Lica C1, o destaque vai agora para o empate com uma equipa dois escalões acima da nossa. Numa exibição humilde mas esforçada, os Timberlindes, que se apresentaram bastante desfalcados para este desafio, apenas cederam o empate já próximo do apito final. Os Timberlindes esperam assim manter o primeiro lugar no grupo, tendo sempre como objectivo final a passagem à fase seguinte da taça.

Camarotes bem frequentados!

Durante a transmissão televisiva do jogo Sp.Braga – E. Amadora, a realização decidiu filmar e passar imagens, do que depreendo que será, o camarote das famílias dos jogadores do Braga. No mesmo encontravam-se Marisa Cruz, e Isabel Figueira, esposas de João Pinto e César Peixoto respectivamente. Um grande bem-haja ao realizador, por nos dar a hipótese de vermos imagens tão belas e agradáveis, além da bola propriamente dita!

Luciano Pavarotti

Luciano Pavarotti, morreu hoje vitima de cancro no pâncreas. O tenor terá falecido pelas 5h00 na sua casa de Modena em Itália, onde terá passado os seus últimos dias rodeado pela familia.


Nessun dorma! Nessun dorma!

Tu pure, o, Principessa,

nella tua fredda stanza,

guardi le stelle

che fremono d'amore

e di speranza.


Ma il mio mistero e chiuso in me,

il nome mio nessun sapra!

No, no, sulla tua bocca lo diro

quando la luce splendera!


Ed il mio bacio sciogliera il silenzio

che ti fa mia!


(Il nome suo nessun sapra!...

e noi dovrem, ahime, morir!)


Dilegua, o notte!

Tramontate, stelle!

Tramontate, stelle!

All'alba vincero!

vincero, vincero!

O caso do F.C.Porto - Sporting

No primeiro clássico da época, que foi ganho pelo F.C.Porto, o lance capital que decidiu o jogo a favor da equipa da casa está envolto em acesa polémica. Problemas com a arbitragem vão sempre existir, enquanto esta for dependente da interpretação humana, que está sujeita a erro. Mas mesmo a posteriori e com o lance a ser analisado em repetições infindáveis na televisão, não há consenso. Neste caso o árbitro decidiu marcar um pontapé livre indirecto, quando o guarda-redes do Sporting Stojkovic, agarrou a bola depois da mesma ter vindo de um corte de Polga. A dúvida instala-se sobre a intencionalidade ou não de Polga ter atrasado a bola propositadamente para o guarda-redes do Sporting.

Durante a semana o árbitro da partida Pedro Proença foi continuamente criticado pelo lance. Não pelo suposto erro em si, mas pelo facto de ter decidido marcar a falta que resolveu o jogo. Em Portugal isto é muito comum, criticar os árbitros por um penalty mal assinalado, ou um golo obtido por um avançado que estava 1cm fora de jogo. Em claro passam muito facilmente os lances mal anulados. É do domínio público que é menos grave um árbitro invalidar um golo limpo, do que permitir um golo obtido à margem das leis do jogo.

O preocupante aqui não é o suposto erro do árbitro mas sim o facto de mesmo com as câmaras de televisão, não é nem será possível chegar a um consenso. Já li e ouvi o que o Tribunal do Jogo* tinha a dizer sobre o caso, e mesmo entre um painel de ex-árbitros internacionais, as opiniões dividem-se. Com todos os métodos e tempo de reflexão que o árbitro Pedro Proença não teve, os “experts” da arbitragem em Portugal não conseguem chegar a consenso, e não se dá ao árbitro que tem segundos para ajuizar o benefício da dúvida?

A Comissão de Arbitragem da Liga já veio, e bem, prestar esclarecimento sobre a situação. Parece que em 1992 depois de um curso de árbitros, a Comissão de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, editou um documento, que dizem estar ainda em vigor, onde é dado um exemplo em tudo igual ao sucedido:

“Um defesa entra em tackle por detrás sobre um adversário que conduz a bola,conseguindo desarmar o adversário, indo a bola na direcção do guarda-redes.

Conclusão – Competirá ao árbitro decidir se a bola foi atirada deliberadamente em direcção ao guarda-redes para que este a possa agarrar e punir se o fizer.”

in: Esclarecimento técnico da Comissão de Arbitragem da Liga

Compete portanto ao árbitro fazer a sua interpretação. A minha opinião é que em alta competição, aquele corte pode ser considerado um atraso deliberado. Ou será que Polga cortava a bola para ali se o seu guarda-redes tivesse fora da jogada? Até porque o atraso pode não ter sido para Stojkovic, mas para Tonel que deixou passar a bola.

Conclusão - o árbitro Pedro Proença teve legitimidade para marcar o pontapé livre indirecto, e quem discorda, tem pelo menos de lhe conceder o benefício da dúvida, ou o respeito por uma interpretação diferente. Quem não tem o benefício da dúvida é o ex-árbitro Jorge Coroado que se apressou a criticar Pedro Proença, e pelos vistos não estava com atenção, ou desconhece completamente as conclusões do curso de árbitros de Agosto de 1992. Ou seja o árbitro da partida esteve bem, mas a nossa arbitragem vai de mal a pior quando nem os “árbitros pela televisão” conseguem manter critérios uniformes.

*Tribunal do Jogo é a rubrica em que ex-árbitros avaliam lances polémicos da jornada no Jornal O Jogo.

Cardozo e Di Maria

Cardozo e Di Maria são as novas esperanças numa temporada que começou atribulada para o Benfica. Ambos vieram pela mão de Fernando Santos para o Benfica rotulados de craques, e de ambos se espera que sejam brevemente ídolos dos adeptos. Pode ainda ser cedo para falar mas julgo que nenhum dos dois vai decepcionar, que joga bem não engana!

Cardozo:

  • Presença na área;
  • Excelente pé esquerdo;
  • Pontapé canhão;
  • Permite ser utilizado como referencia para que os companheiros coloquem a bola, enquanto ele segura para permitir aos colegas subirem e apoiarem;
  • Ao contrário do que os críticos Portugueses têm tão facilmente dito ao final de poucos jogos, tem capacidades de finalização de cabeça e pé direito.

Di Maria:

  • Técnica;
  • Explosão;
  • Velocidade;
  • Virtuosismo;
  • Criatividade.

Fernando Santos

Camacho é o treinador do Benfica, e é o treinador espanhol que os adeptos agora têm de apoiar! Mas a saída de Fernando Santos custou-me mais a mim, como adepto, do que a saída de Simão Sabrosa. Não porque pense que a longo prazo Fernando Santos era o melhor treinador para o Benfica, mas porque esta decisão após uma jornada do campeonato, e a meio da pré-eliminatória da Liga dos Campeões, foi em tudo precipitada e perigosa. Felizmente o Benfica ganhou fora contra o København, mas teve a sorte do jogo, e apenas por milagre não sofreu nos primeiros minutos pelo menos um golo. Mas custou-me principalmente porque tenho de admitir como adepto, que a gestão desportiva do Benfica é ainda muito amadora. Não faz qualquer sentido um treinador que não tem o apoio dos adeptos, e imaginava-se que teria o do Presidente e da estrutura, planear a temporada e inclusive as contratações, ser demitido da forma como foi.

Fernando Santos não era um nome consensual aquando da sua vinda para o Benfica no final da época passada. Não era pelo menos o meu favorito. Falaram na hipótese Erickson, que em relação ao Fernando Santos, tinha um nome mais mediatizado, e que já tinha treinado o Benfica com enorme sucesso. Sou um admirador do football das equipas de Erickson, ou da sua filosofia de jogo, e portanto confesso ter ficado um pouco desiludido quando Luís Filipe Vieira se decidiu por Fernando Santos. Mas vistas bem as coisas Fernando Santos já tinha experiência de treinar “grandes” em Portugal, é um confesso Benfiquista, e é um homem sério e na minha opinião competente e culto.

O grande problema de Fernando Santos no Benfica foi não ter conseguido captar a empatia dos adeptos. Chego à conclusão que no Benfica para se ser bem sucedido como treinador, mais do que se ser competente nas questões de treino, tem de se ser mediático e popular entre os adeptos. Muito dificilmente no Benfica algum treinador terá sucesso sem o apoio directo da massa associativa. Temos em Trapattoni uma excepção. Por ter sido um treinador que não conseguiu criar empatia com os adeptos (foi até bastante mais vaiado que Fernando Santos), virou-se pró-activamente para a moralização dos seus jogadores. Não eram raras as situações em que elogiava de forma peremptória os seus jogadores. Lembro-me de dizer que Simão era um jogador de classe mundial, e de comentar o potencial de Manuel Fernandes. Defendeu a sua equipa em diversas situações, de uma forma que sempre me impressionou. Foi de resto um corte notório com o que era habitual em Camacho, que preferia queixar-se dos jogadores que não tinha. Trapattoni conseguiu o paradoxo de ser campeão e de mesmo assim a grande maioria dos adeptos ficar satisfeita quando abandonou a equipa campeão. A “velha raposa” deixa-me saudades, mas teve o apoio de Veiga (e que importante nos apercebemos agora que era) e da equipa, e apesar das limitações, teve condições de trabalho para preparar a equipa. Fernando Santos com um plantel melhor é certo, mas sem o desnorte da equipas adversárias de que Trapattoni beneficiou, não teve o apoio de um director desportivo, e foi deixado sózinho. Koeman teve o apoio interno e externo, tinha plantel e todas as condições, e sem ser na Liga dos Campeões, não fez melhor que Fernando Santos a nível interno. Mas os adeptos, talvez por ser estrangeiro, davam-lhe a latitude para tomar uma série de decisões que imagino serem inadmissíveis com Fernando Santos – nunca tinha visto o Benfica jogar com 4 centrais, 2 laterais e 2 trincos...

Não me lembro na era moderna de um treinador ter tido tantos “handicaps” como aqueles que Fernando Santos permitiu à direcção do Benfica. A vinda de Camacho é uma boa notícia nesse aspecto, certamente não permitirá a Luís Filipe Vieira o que Fernando Santos permitiu. Fernando Santos preparou uma época sem Simão e ele ficou, e preparou uma época com Simão e ele saiu. Não foi somente com as transferências de Simão e Manuel Fernandes que o Benfica se viu fragilizado para desnorte do treinador. A meio da época passada, quando o campeonato estava relançado e o Benfica queria recuperar e parecia a equipa mais forte, Luís Filipe Vieira, apesar de falar ambiciosamente, feriu a equipa de morte ao vender jogadores que seriam importantes. Alem dos imponderáveis, do caso Nuno Assis, e das lesões de Rui Costa e Luisão, o Presidente do Benfica vendeu Ricardo Rocha que estava a rubricar excelentes exibições, deixou sair Alcides que constituía alternativa à direita (com Nélson a rubricar exibições medíocres) e ao centro, e vendeu ainda Kikin Fonseca, avançado que sem ser um grande craque, era o único avançado do Benfica que tinha aquelas características. Em troca vieram David Luís, que não estava ainda preparado para se afirmar, e Derlei em forma deficitária (que veio treinar para o Benfica e receber um grande ordenado, para agora ser um importante jogador no Sporting). Luís Filipe Vieira falava em maiores ambições, mas os seus actos eram completamente antagónicos.

No inicio desta época e sem esperar Fernando Santos ficou sem Simão, e os jogadores que vieram colmatar a sua saída foram Di Maria lesionado, Adu que tem grande potencial futebolístico e comercial, mas tem um período de adaptação necessário para quem vem da liga americana para a Europa, e ainda Diaz que Fernando Santos nem pretendia no plantel. Quando o Benfica precisava de um jogador que entrasse na equipa de caras Luís Filipe Vieira apostou em craques lesionados, jogadores com adaptação que se adivinha longa, e um jogador vulgar. Quando Fernando Santos aproveitava aquele que tinha sido o seu melhor jogador da pré-época Manuel Fernandes, este sai supostamente para o Everton, um dia antes do jogo da 3ª pré-eliminatória quando estava inclusive convocado. Não se pode impedir um jogador de sair quando a cláusula de rescisão é accionada, mas como é possível não haver no Benfica um director desportivo capaz e informado do estado de espírito e das intenções dos jogadores? Ninguém no Benfica conseguiu antecipar que depois das boas exibições em Inglaterra e no Europeu de Sub-21, o Manuel Fernandes não estaria blindado com uma cláusula de 9M€ por 50% do seu passe. Numa situação semelhante Pinto da Costa segurou Lucho.

Fernando Santos teve uma passagem cinzenta pelo Benfica, apenas assim se pode classificar quando um treinador não ganha nenhuma competição oficial. Mas apenas lhe consigo fazer duas críticas durante o tempo que esteve no Benfica: o sistema de jogo que tentou implementar, e a falta de habilidade para tentar ganhar empatia com os adeptos. O “4x4x2 Losango” definitivamente não é sistema para um grande. O Benfica tem de jogar ao ataque de forma atraente, e a melhor maneira de o fazer é com extremos e football aberto. No sistema de Fernando Santos pesavam muito as preocupações do “processo defensivo”, a equipa nunca se queria desequilibrar cá atrás. Foi quanto a mim um erro de “casting” porque a maior parte dos jogos do Benfica em Portugal são contra equipas substancialmente mais fracas, onde o equilíbrio do meio campo não é tão importante como os desequilíbrios obtidos no último terço de terreno.

Quando o Benfica começou a ganhar jogos, e a praticar um football bastante atraente o ano passado, era a altura certa para Fernando Santos ganhar empatia com os adeptos. Ele próprio já o referiu. Não teve ajuda é certo, mas também não teve habilidade para tal. Infelizmente não é um grande comunicador, é pouco empolgante, e nas alturas cruciais em que podia ter reunido apoio dos adeptos foi muito “cinzentão”. É um problema de resto de muitos treinadores Portugueses, Jesualdo Ferreira é campeão, mas também não consegue reunir o consenso dos adeptos do F.C.Porto. No extremo da incompetência de comunicação está José Peseiro e a sua auto-vitimização.

Os pontos positivos da passagem de Fernando Santos, foram que o Benfica a espaços, praticava um football mais atractivo que qualquer outra equipa em Portugal. Muitas vezes teve coragem de arriscar, quando empatado em casa por mais que uma vez sacrificou um defesa. Alinhavam geralmente os melhores jogadores, sem haver insistência naquele jogador especifico que ninguém sabe porque joga, e que sucede com quase todos os treinadores. No segundo terço do campeonato quando o Benfica teve os jogadores todos disponíveis, fomos efectivamente a equipa mais forte na Liga. E era sua intenção, apesar do sistema táctico inapropriado, que o Benfica joga-se um football de ataque.

Fernando Santos ao contrário do que afirmou na entrevista do Trio D’Ataque foi muito inocente quando disse: “Seria um pesadelo perder Simão!”. Por via das dúvidas deveria ter pensado em ser mais optimista, e se queria elogiar Simão e mostrar-lhe a sua importância poderia ter dito que Simão era importantíssimo na equipa. O recado era dado à mesma, sem pessimismos, e duma forma que não teria direito à resposta surreal e iludida de Luís Filipe Vieira. De resto nessa mesma entrevista, e ainda com a rescisão de contrato a quente, foi inteligente, sério, e teve muita classe! Sem se inibir a dizer a sua opinião, saiu com muito nível, e devo concordar com tudo o que ali disse. Se outro treinador fosse muito teria a dizer da sua anterior entidade patronal. Com muitos menos punhais cravados nas costas vi José Peseiro achincalhar a direcção do Sporting na altura em que foi demitido.

Foi visivelmente emocionado que respondeu, quando no Trio D’Ataque, lhe perguntaram se ainda era do Benfica. E quem viu não pode ter deixado de ficar impressionado como eu fiquei. Gostei quando recentemente Rui Costa com a classe que lhe é reconhecida disse: "Não gosto muito de falar do passado até porque me parece injusto para quem esteve connosco. Fernando Santos esteve no início da época e fez tudo para que a equipa andasse. Infelizmente, não conseguimos bons resultados. Alguém tinha de pagar e acabou por ser ele a sair.". De resto já tinha gostado da intervenção de Nuno Gomes no “flash interview” no final do jogo com o Leixões, ainda antes da demissão do treinador, colocou o dedo na ferida aberta pelo presidente do Benfica, ao pedir tranquilidade para toda a equipa. Luís Filipe Vieira devia ter enfiado a carapuça em silêncio em vez de criar mais um caso de guerrilha interna. Nuno Gomes disse o que disse, como capitão, e com a legitimidade que lhe competia, e porque era importante os adeptos saberem como os jogadores se sentiam na altura.

Para o Presidente do Benfica alguém tinha de pagar, e ele o principal responsável, decidiu que seria Fernando Santos. É complicada a vida de treinador, porque em geral é sempre o elemento responsabilizado pelos insucessos que são de todos. Torço sinceramente para que Camacho seja campeão, por mérito próprio, mas com alguns jogadores escolhidos por Fernando Santos. Se Camacho for campeão, Fernando Santos será quanto a mim mais campeão que o Presidente do Benfica Luís Filipe Vieira!

Simão e outras saídas

Simão foi o jogador mais desequilibrador do Benfica desde a altura em que o João Pinto carregava a equipa às costas. Apesar da sua formação no rival Sporting, rapidamente se tornou um ídolo da torcida Benfiquista, não só pela sua ímpar qualidade como praticante de football, mas também como um homem com carácter e que carregava a tão falada mística. Camacho deu-lhe a braçadeira aquando da sua primeira passagem pelo Benfica como sinal claro da confiança e das qualidades mentais do jogador. Não me lembro de alguma vez a braçadeira do Benfica ter sido envergada por um jogador formado no Sporting, e demonstra acima de tudo o profissionalismo do jogador. Durante o tempo que defendeu as cores do Benfica não se lhe conheceu um caso disciplinar ou um momento irreflectido, e foi um exemplo para todos os colegas, jogadores jovens e adeptos. Por tudo o que deu ao Benfica, compreendo que agora queira procurar uma situação melhor para si e para a sua família em termos financeiros. Um jogador de football tem uma carreira curta, e Simão confirmou recentemente que veio ganhar o dobro para o Atlético de Madrid.

Já no que diz respeito à ambição desportiva creio que isto foi um passo atrás na carreira de Simão. É certo que vai estar num campeonato muito mais visível, mas ainda assim, o Atlético é quanto a mim, uma equipa de reduzidas ambições para um jogador com a classe do Simão. Já o dizia Mourinho e concordo, que Simão, pela sua categoria, jogava em qualquer equipa do mundo. Não só é um espectacular desequilibrador e finalizador, como também juntava capacidades tácticas e de espírito de equipa que o tornavam num jogador importante até nas manobras defensivas.

Alem de tudo mais, convêm não esquecer nunca que ao contrário de outros jogadores queridos no Benfica, Simão saiu do clube pela porta grande. Manuel Fernandes mais recentemente, mas também Miguel e Tiago deixaram o clube de uma forma cobarde e nada elogiosa para o seu carácter como pessoas. Arrisco-me também a dizer que olhando apenas à sua qualidade como jogadores, nenhum deles tem a qualidade de Simão e em relação à sua personalidade não há comparações possíveis. No balanço que faço como adepto sobre quem deve mais, se é o clube ao jogador, ou o jogador ao clube, e analisando os casos destes três últimos jogadores – Manuel Fernandes é formado no Benfica e a ele deve a sua exposição internacional; Miguel viu a sua afirmação no Benfica, e foi Chalana que o adaptou à posição onde hoje surge até a jogar na selecção nacional; e Tiago que deu o salto quando se transferiu do Braga para o Benfica, onde realmente teve a visibilidade para suscitar o interesse do Chelsea. Este ultimo parece mesmo fazer regra, em criar conflitos e mau estar, em todos os clubes por onde passa, quando decide que está na hora de se transferir. Com o tempo pode ser que percebam com um passo em falso, que a ingratidão que tiveram para com o Benfica não os dignifica como pessoas, e nem os torna melhores jogadores, nem mais bem sucedidos. Saem em alturas em que são cobiçados, mas para singrar na Europa do football, para se adaptarem e afirmarem em planteis mais competitivos, um palmo de talento não chega. E pergunto eu: estarão Hugo Leal e Edgar arrependidos de deixar o Benfica numa altura da sua formação como jogadores e homens? Onde estão e que peso têm hoje nos planteis de clubes muito menos ambiciosos em Portugal?

Simão merecia sair, e saiu com categoria e boa imagem, mas o mesmo não se pode dizer de Luís Filipe Vieira. O Presidente do Benfica cumpriu a promessa a Simão, mas não salvaguardou completamente os interesses do clube. Se formos redutores pode-se admitir que o Benfica fez um bom negócio: investiu 12M€ em Simão, explorou-o desportivamente ganhando um campeonato e uma taça e vendeu-o por 20M€ com 27 anos, mais opção sobre dois jogadores do Atlético de Madrid. Mas vamos considerar um pouco para além do mais óbvio, algo que terá passado desapercebido aos media - Pinto da Costa rejeitou 25M€ do Atlético de Madrid por Quaresma!

Numa altura em que a Espanha e as suas mais diversas actividades económicas, seja em empresas de construção ou football, facilmente chegam a Portugal e compram as empresas Portuguesas em saldo, dando a imagem a “nuestros hermanos” que nós os Portugueses nos vendemos barato, depois de formarmos jogadores e empresas provavelmente com maior qualidade que os nossos vizinhos (no football inegavelmente melhores), facilmente nos deixamos convencer pelos milhões dos espanhóis. Os Portugueses têm dado a ideia que qualquer espanhol que atravesse a fronteira com uma mala cheia de dinheiro consegue comprar metade do país. Tem de se lhe tirar o chapéu a Pinto da Costa pela sua gestão, consegue vender à mesma os jogadores, mas quem os quiser comprar não os compra em saldo, compra-os aos preços a que são vendidos os craques dos melhores campeonatos da Europa. Num país que se vende barato, é o único que consegue valorizar o que aqui se faz de melhor sem complexos nacionalistas. Não é de admirar que os recordes de vendas de jogadores em Portugal pertençam ao F.C. Porto. Este ano o Porto prescindiu de dois jogadores de invulgar categoria: Anderson e Pepe. O primeiro esteve lesionado grande parte da época mas é um jogador de enorme talento com um futuro brilhante pela frente, o segundo era um central fundamental na manobra do Porto, e para mim o melhor central que actuava em Portugal, quiçá na Europa... O Real Madrid joga aberto e tem uma filosofia de football de ataque, coloca muitas unidades na frente permitindo também muito espaço na sua defensiva. Precisam dum central incaracterístico, daqueles que joga bem quer nos lances aéreos quer a travar contra-ataques contra os melhores avançados. Um central no Real Madrid, têm de ser um pouco pronto de socorro, ser rápido, compensar rapidamente as aberturas da defesa, e dobrar os seus companheiros que ficaram no ataque. Quer-me parecer que aí o Real acertou em cheio, Pepe viu a sua afirmação na época em que Co Adriense foi campeão a utilizá-lo como único central, e mostrou enormes qualidades a jogar com espaço.

O F.C.Porto perdeu dois jogadores que estarão no topo da Europa brevemente, mas em troca encaixou 55.5M€. Mais importante que isso, Pinto da Costa conseguiu manter aquele que é realmente o seu mais fantástico jogador – Quaresma, que é na minha opinião , o melhor jogador Português da actualidade. Ao rejeitar a oferta do Atlético de Madrid, duvido que inadvertidamente, precipitou a venda de Simão, e ganhou para F.C. Porto a hipótese de considerar perto da data do encerramento das transferências ofertas muito melhores por Quaresma. O Real Madrid e o Chelsea, ofereceram valores perto dos 35M€ e ainda Júlio Batista, e Paulo Ferreira. À semelhança do que se passou com Simão, Manuel Fernandes também foi uma segunda escolha do Valência. Pinto da Costa segurou Lucho, comprou a metade do passe que não lhes pertencia, e também aí o Valência virou-se para uma aquisição mais fácil, e até com maior potencial, e comprou o passe de Manuel Fernandes. O Benfica prescindiu do seu capitão, considerado o melhor jogador da época passada da liga Bwin pelo sindicato de jogadores, e daquele que parecia ser o principal reforço para esta época (Manuel Fernandes), um dia antes de um dos mais importantes jogos da época, onde o jogador aparecia convocado e adivinhava-se como peça fundamental; tudo isto por 29M€. Uma verba inferior aquela que o F.C. Porto conseguiu por um único jogador – Pepe. Ao segurar Quaresma e Lucho, e ao precipitar as vendas de Simão e Manuel Fernandes, Pinto da Costa, quase com um pé dentro dos calabouços, fez um duplo xeque-mate ao presidente do Benfica Luís Filipe Vieira.

O Sporting conseguiu vender Nani por 25,5M€, um valor consideravelmente maior que a sua cláusula de rescisão. As partes envolvidas foram honestas ao considerar que tinham um princípio de acordo para a revisão da situação contratual de Nani. Nani não foi no ano passado um jogador chave no Sporting, apenas na segunda volta se afirmou na titularidade, e apesar de não existir no Sporting actualmente um jogador com as suas características, o Sporting conseguiu mais 5,5M€ por um jogador que tem um enorme potencial, mas que ainda não é mais que uma promessa. Mais uma vez e em comparação com os encaixes dos rivais por jogadores que não têm a categoria de Simão, a venda ao Atlético de Madrid não foi um bom negócio. Alem do mais não me parece ser pela saída de Nani que o Sporting enfraqueceu o seu plantel, atendendo à qualidade de Vukcevic, Ismailov e até Derlei. O Sporting enfraqueceu-se ao deixar fugir Tello, ao não segurar Caneira, e ao vender Ricardo.

A nota positiva do Benfica vai para o facto de entre os 40M€ que conseguiu arrecadar em vendas neste defeso, 11M€ foram obtidos pelas vendas de passes de jogadores excedentários. Vender Simão por 20M€ não foi um bom negócio, mas vender Anderson, em conflito interno, por 4M€ ao Lion foi um excelente negócio.

Com essas vendas extraordinárias , eu pergunto-me se não teria sido possível também evitar os investimentos mal ponderados em jogadores que vieram para o Benfica fazer número, e em situação de “compre um craque e leve outro sul americano com ele”, caso de Bergessio e Diaz que vieram com Cardozo e Di Maria respectivamente, e canalizar esses fundos para uma melhoria significativa do contrato de Simão Sabrosa. Ou mesmo sabendo das saídas e dos encaixes financeiros que o Benfica realizou, não se teria conseguido contratar Miccoli definitivamente?

Penso que o presidente do Benfica depois das fragilidades demonstradas pelo plantel (pelo menos pelo atraso que leva na preparação), e dos encaixes realizados, estará arrependido do rumo que tomou. Perdeu a oportunidade de juntar jogadores de grande classe que saíram, com indiscutíveis craques que adquirimos, e de fazer os Benfiquistas sonhar justificadamente com voos mais altos. E que equipa teria o Benfica se o seu presidente tivesse conseguido juntar Simão e Miccoli a Cardozo e Di Maria!

O verdadeiro Benfiquista

Saudações Benfiquistas! Comemorei à poucos dias duas datas importantes, o meu aniversário de ¼ de século, e fiz ao mesmo tempo 25 anos de sócio do Sport Lisboa e Benfica. Que melhor maneira de comemorar do que abrir um novo blog que fale do Benfica e do football com a paixão que lhes tenho, e porque também gosto de escrever, e de fazer valer a minha opinião com argumentos sustentados.

Ontem dizia-me a minha tia, depois de vir de Cabo Verde, que aqui e lá, e no meio de fogos desastrosos na Grécia, furacões que devastam as Caraíbas, o Benfica monopoliza os noticiários – em causa o despedimento do Fernando Santos. Ela percebia a importância da noticia, mas não compreendia a razão do elevado destaque, e da mesma atropelar temas supostamente mais sérios. Porque o típico Português pelos vistos não gosta só de desgraças e de escândalos, mas também e principalmente de coisas bonitas e alegres como é o Benfica. Porque para além da corrupção, da deselegância dos dirigentes e dos momentos menos bons em que o nosso football (e os dos outros também) é fértil, o saldo é francamente positivo. Quando a “clubite” é um motivo de aproximação entre pai e filho, e entre irmãos que se juntam para partilhar aquele interesse comum, é algo que também pode aparecer espontaneamente, mas que muitas vezes é captado juntamente com os valores que os nossos pais nos tentam incutir. É algo que está intrínseco na nossa cultura e tradição. Porque o football nas suas horas mais nobres é principalmente um motivo de união e inserção social. O recente caso da morte do jogador Antonio Puerta, aplaudido pelos rivais da sua equipa, e a fresca memória da morte de Miki Fehér. Os “intelectuais” que criticam o football não pensam que dificilmente algo na sociedade pode ser mais integrador e nobre do que a glória da homenagem que é prestada a alguém pelo seu próprio rival. São impressionantes as imagens de adeptos do rival Betis a aplaudirem e a participarem na despedida do jogador do Sevilha. Por tudo isto o football é importante, dentro de campo não há raça ou estrato social, mas há suor, lágrimas e glória, e nos momentos mais importantes o football mostra a sua nobreza.

Porque um blog é um meio de comunicação, vai aqui também ser usado para defender o meu Benfica. Vou tentar ser imparcial e honesto, ainda que isso seja difícil a quem veja o football com lentes vermelhas. Mas acredito que é possível vermos “a bola” com espirito critico quase imparcial, e ao mesmo tempo sermos apaixonados pelo Benfica. Muito me desagrada quando o Benfica e “os seus” andam na boca do mundo pelas piores razões, onde os típicos comentadores de Domingo à noite, que pouco ou nada fizeram pelo Benfica e pelo football, se acham no direito de fazer criticas a toda a hora destrutivas. Nisso os Portugueses são experientes, fazer passar as pessoas de bestiais a bestas. Talvez por falta de argumentação, ou capacidade de critica, é-lhes sempre mais fácil criticar quem perdeu, conseguem arranjar sempre uma lista de argumentos de tudo o que vai mal numa equipa quando perde, e de tudo o que foi bem feito quando ganha. É-lhes difícil conceber que grande parte da beleza do football está na incerteza do resultado final: nem sempre o mais forte ganha e o mais fraco perde. Muitas vezes ganha-se e as coisas não vão bem, e as equipas que transpiram mais saúde e confiança, e que contam com os mais competentes profissionais, já têm perdido os seus jogos e competições.

Por todas estas razões vale a pena continuarmos a gostar de football e apoiar as nossas equipas, e porque não, escrever sobre isso! César, sócio do Sport Lisboa e Benfica número 15446, desde 1982!