Apito Final: O Timing

Há que considerar o timing da decisão, que acaba por passar para os visados, neste caso o Porto, a decisão táctica de aceitar os respectivos castigos já esta época, e por isso admitir a culpa nos processos, ao invés de recorrer para o órgão da Federação, e arriscar que a pena seja imputada a outro campeonato, que ainda não está ganho. Decidindo não recorrer, podem mesmo proteger-se no facto que só não recorreram para não agravarem a sua situação desportiva. Fica portanto quanto a mim, à responsabilidade ética e moral dos responsáveis do F.C.Porto, decidir não recorrer da perda dos seis pontos. E recorrendo da pena de suspensão do seu Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, poder-se-á até dar o caso caricato, do Concelho de Justiça da Federação retirar o castigo de suspensão imposto ao seu Presidente, mas o Porto manter a punição desportiva da perda de pontos. O que será uma mancha incontornável no seu historial.

Na hipótese que ambas as penas sejam aplicadas este ano, de acordo com o previsto nas notas de culpa, o que vejo é que o Porto “encaixa” a diminuição de pontos com facilidade, e uma vaidade ainda maior de “somos campeões até assim”. Na pena imposta ao Boavista, o caso é muito mais complicado.

Em opinião pessoal, a decisão do F.C. Porto de não recorrer da perda dos seis pontos, é mais um episódio de fraco carácter em relação à responsabilidade moral e ética dos seus dirigentes. E a ética desportiva é quanto a mim o busílis de todo o processo. É pela implicação ética de toda a promiscuidade do football português, e não pela matéria criminal, que me é muito mais interessante de acompanhar o desenrolar deste caso na justiça desportiva, que na justiça criminal. Em termos éticos está em causa a imagem do football para o consumidor. Como pode um Presidente de uma instituição como o F.C. Porto, dizer-se inocente, e não levar essa indignação legítima até às últimas consequências? Se o Presidente do F.C. Porto pode-se gabar que é campeão, até com a perda de seis pontos na secretaria, posso também eu (como consumidor do produto football), concluir que o Porto por não recorrer da pena até às últimas consequências se dá como culpado?

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