Apito Final: O orgão de recurso

No respeitante à justiça desportiva, temos todos de estar bastante satisfeitos pelo apito ter apitado até onde apitou. Entre regulamentos disciplinares elaborados, e mal, por alguns dos agora punidos, vereadores de Gondomar no Concelho de Justiça, arguidos do apito dourado em órgãos da Federação e Liga, o Governo e o Secretario de Estado a assobiarem para o lado, o mais provável é que não houvesse capacidade para chegar onde chegou.

Se dependesse do Concelho de Justiça da FPF, nada se tinha feito no sentido de apurar responsabilidades. Na Comissão Disciplinar da Liga só se podem apurar factos relativos às equipas da Liga, mas como todos muito bem sabemos o apito dourado até começou nas divisões mais baixas do football português, que competem ao Concelho de Justiça regular. E sabe-se que até agora o CJ da FPF só recebeu recursos, e não instaurou nenhum processo.

No CJ o caricato ocorreu mesmo, com o episódio da diminuição de pena do Major, para que o mesmo não fosse obrigado a deixar o cargo de Presidente da AG. Cargo esse que ainda ocupa depois de ter sido concluído que exerceu coação sobre árbitros. Depois vieram as demissões sucessivas. De momento até já nem existem suplentes, sendo que todas as demissões que acontecerem de agora em diante, tem como consequência que o órgão fique diminuído no seu número de membros. A partir daí se deixar de haver quorum, tem de haver eleições, para o mandato de uma nova lista para o CJ, e as decisões ficam automaticamente pendentes até que os novos membros do CJ possam começar a deliberar.

O Concelho de Justiça da FPF tem estado em foco pela negativa, e agora vai-lhes calhar a batata quente de decidir sobre o recurso dos punicos pelo Apito Final. A verdade é que a fragilidade deste órgão neste momento é tão grande, que contrariar a decisão do CD da Liga me parece pouco provável. Antecipo sinceramente que os punidos pelo CD possam mesmo ser prejudicados por isto. É que uma decisão contrária à do CD pode trazer uma polémica muito grande para aqueles lados, e o CJ já não tem margem de manobra, porque é um órgão pelo menos em conteúdo humano, ferido de morte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Só por má fé se pode dizer que o Concelho de Justiça da FPF é frágil!