Depois de definido o modelo de jogo, o Benfica precisa de contratar um treinador competente. Muitas vezes se usam aqueles lugares comuns no football, no caso do treinador é o conceito de “perfil”. Mais do que uma vez na gestão desportiva de Filipe Vieira ouvimo-lo falar que já sabe qual será o perfil do treinador. O que é isto do “perfil” do treinador? À partida até poderíamos pensar que o “perfil”, é coisa de jogos de simulação de treino de football, qualquer coisa tipo um conjunto de atributos pretendidos no Search do Football Manager.
Ao longo da história de gestão desportiva de Luís Filipe Vieira observamos, que ou o perfil que ele vai definindo para treinador todos os anos é diferente, ou é mais conversa de fanfarrão. Trapattoni - incontestável em sucesso na sua carreira, experiente, com a competência e inteligência/esperteza Italianas; Camacho - independente, pretendido pelos Benfiquistas pelo seu carisma determinação e frontalidade; Koeman - treinador jovem, ambicioso, com o conhecimento que a sua carreira ainda recente, como jogador, lhe deu do football ao mais alto nível; e Fernando Santos - Português Benfiquista, conhecedor do football nacional com sucesso interno, um estudioso do football, inteligente mas inocente e conservador.
Na definição do perfil do próximo treinador, o Presidente deverá ter em conta, que mais do que a competência técnica, um treinador do Benfica para ser bem sucedido, tem de ter apoio do maior número possível de factores de entre: adeptos, director desportivo, direcção, jogadores e restante equipa técnica.
Por exemplo no caso de Trapattoni, se objecto de alguma contestação, defender sempre os seus jogadores, mantendo o apoio construtivo dos adeptos à equipa e as atenções destrutivas sobre si mesmo.
Daí a tendência para o treinador estrangeiro, é que os Benfiquistas parecem ser muito mais condescendentes com os estrangeiros. Para arriscar em treinadores estrangeiros caros, e que não tem o mesmo conhecimento do football nacional que os treinadores Portugueses, o Benfica tem de ir buscar um incontestável. Malesani não é incontestável, assim como muitos dos nomes que tem vindo a público.
Por outro lado um treinador Português conhece muito melhor o contexto e actual situação do Benfica, e o football Português. Mas teria também de ser alguém que suscitasse algum respeito nos adeptos. Tenho lido em muitos blogs e fóruns, que existem muitos adeptos Benfiquistas que ficariam agradados com Peseiro no Benfica. Nada a apontar em termos técnicos à competência de Peseiro, mas com as suas dificuldades na comunicação exterior que se revelam na motivação dos adeptos, pergunto-me quanto tempo duraria até ser assobiado depois do primeiro revés. Só alguém com a seriedade e lealdade de Dias da Cunha conseguiria apoiar daquela maneira, até ao fim, um treinador.
Para mim tem de ser um nome suficientemente unânime, para que os adeptos apoiem a equipa, e não se transformem na pressão que torna muitas vezes insustentável a continuidade do treinador. Se possível contratar mesmo um daqueles nomes mobilizadores e entusiasmantes, e garantir que o mesmo aceita o projecto de footall do Benfica. Depois compete a todos os profissionais do clube facilitarem a vida ao treinador, e mesmo que nalgum momento haja uma crise desportiva, com a certeza que se escolheu a pessoa correcta, manter o apoio incontestável ao treinador. Apoio incontestável tem de vir de toda a estrutura do Clube e da SAD. É que ultimamente os “papagaios”, que eu prefiro chamar de inimigos internos, são os que mais feridas tem feito ao Benfica.
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