Apito Final: Mérito e Corrupção

É também muito importante sabermos o que se está aqui a julgar, é que oficialmente, está em julgamento um par de jogos que reportam à época em que Mourinho tinha efectiva e destacadamente a equipa mais forte de Portugal, e foi mesmo campeão Europeu. Os adeptos de outros clubes que se vêm justificadamente lesados, podem sentir-se tentados a tirar mérito às conquistas do Porto de Mourinho. A minha opinião é que com ou sem ajudas, aquele Porto seria sempre campeão naquela época em Portugal.

Entre o processo que está a decorrer, e a opinião pública vai sempre haver uma disfunção entre o particular e o geral. Se o Porto de Mourinho seria sempre campeão, num campeonato que nem suscitou, até à chegada do Apito Dourado, dúvidas na arbitragem, o que dizer dos loucos anos 90?

São só um par de jogos, mas a verdade é que para a opinião pública está em julgamento toda uma fase negra, até anterior, em que muitos adeptos, nos quais confesso que me incluo, não têm dúvidas que houve falsificação de resultados. Entre situações homologadas e prescritas, já nenhum adepto se vai sentir ressarcido de inúmeros acontecimentos em jogos, onde já nenhum especialista da arbitragem conseguiria testemunhar de boa-fé, que a corrupção se teria ficado apenas pela tentativa, e não teria sido consumada.

O acto de corromper, associado apenas aqueles dois jogos, é quanto a mim um eufemismo ao acto de corrupção. Entendo que o acto de corrupção é mais que uma situação isolada, é um acto de cumplicidade que se cria entre dois agentes. Quem assina o livro do Diabo, vende a sua alma para todo o sempre. Seria talvez interessante, investigar todos os jogos arbitrados pelos árbitros visados, aos clubes dos responsáveis prevaricadores, e aos clubes mais directos adversários.

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